27.2.07

Brincar com o fogo!

As pessoas que mais de perto convivem comigo, sabem que fui apoiante da iniciativa de Bush na invasão do Iraque. As razões assentaram em pressupostos que considerei os mais correctos e adequados às circunstâncias. Tomei posição pública e não me escondi em subterfúgios mais ou menos cobardes. Aquilo que se seguiu foi um completo desastre, reconheço-o.
Vem esta introdução a propósito do jogo perigoso que se desenha a propósito da intenção do Irão em desenvolver armas nucleares. As vozes do politicamente correcto dirão que tem todo o direito. Pois sim. Mas esquecem a natureza ditatorial do regime, esquecem o radicalismo extremista, o fanatismo e a fácil manipulação das massas populares, o poder discricionário de uns quantos sem qualquer escrutínio de orgãos democráticos. E isso faz toda a diferença para os países democráticos onde existe semelhante recurso nuclear. Onde orgãos eleitos fiscalizam, uma imprensa livre denuncia, a opinião pública se manifesta. É pura demagogia comparar o Irão e os Estados Unidos, por exemplo.
Isso não invalida que eu não considere perigoso o jogo de ameaças que se verifica, de momento, entre estes dois países. Quando se preparam máquinas de guerra para possíveis invasões, e se fala nessa hipótese com alguma ligeireza, devemos encarar as coisas com preocupação. Espero que o bom senso prevaleça e a via do diálogo se sobreponha a quaisquer outros interesses pessoais e de domínio territorial.

Etiquetas: ,

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Defender o Irão é exactamente a mesma coisa que defender Hitler na década de trinta:as mesmas intenções agressivas,domínio dos países vizinhos até o objectivo de acabar com os Judeus!
Também não me admira que seja a esquerda a defender o Irão:sempre vi neles hipocrisia e desprezo pelos direitos humanos, apesar da conversa de chacha.
Aí estão os factos indesmentíveis!!!

27/2/07  
Anonymous Anónimo said...

pois! parece que não é possível estar contra as armas nucleares no Irão E nos EUA. Porque, parece, não é possível comparar o Irão com os EUA.

Compreendo. Os EUA farão sempre uma utilização democraticamente controlada do armamento nuclear. Será utilização do armamento nuclear, mas será controlada. E utilização controlada não é o mesmo que utilização descontrolada.

Temos, aliás, provas de que os EUA fazem utilização democraticamente controlada do seu armamento. Temos uma prova, ou várias, na guerra do Vietname. Temos outra, ou outras, na ocupação do Iraque. Em ambos os casos "aquilo que se seguiu" foram desastres, toda a gente o reconhece, mas pronto(s)!... isso foi o que se seguiu, porque o que antecedeu não foi desastre: foi intervenção democraticamente controlada.

Tudo muito democrático -- e isso consola-me. Consola-me muito! tanto como a ideia de o Irão (vir a) ter armas nucleares. E porquê? porque armas nucleares são armas nucleares. Usadas, são nucleares. O resto (o serem democraticamente controladas ou descontroladas)é treta. A gente sabe como é que são estes controlos democráticos.

27/2/07  
Blogger Vítor Amado said...

Toino do campo: quanto lirismo tem o teu comentário! Suponho que deves sentir-te mais confortado por viveres num país democrático...
É evidente que, por si só,os regimes democráticos não são "imaculados" e "inocentes"...
Mas não queiras experimentar viver num qualquer país onde esta troca de opiniões divergentes seria impensável.
Por mais absurdo que pareça, nem sempre 2+2=4...
boa noite.

27/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Nuclear?
Nem civil, nem militar!
Porventura já esqueceram Hiroshima, Chernobyl, Three Mile Island?
Vítor, demónios são demónios, apelidem-se eles de democratas (sócrates, bush, blair), ou de ditadores...
Todos a mesma merda quando se trata de f... o povo e o ambiente.

28/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Ó Tonho és mesmo Tonho.E se levares com um míssil iraniano em cima dos c...,ficas todo contente?
É k os States já têm armas nuleares há 6o anos e só as utilizaram em guerra.
Os Ayatollahs já ameaçaram utilizá-las quando as tiverem.
É muito diferente.
Mas há sempre uns "progressistas" a defender os regimes mais arcaicos.

2/3/07  

Enviar um comentário

<< Home