23.2.07

Carta aberta à ministra da educação!

Ando farta de remoer estas coisas e chego sempre à mesma conclusão: sou Professora (e adoro sê-lo, mesmo com todas as contrariedades que ser Professor hoje tem), mas antes do mais, sou Mulher e sou Mãe.
Fiz-me Professora por gosto (em Portugal, na minha altura, e depois de se ter tirado um curso superior, AINDA se podia fazer outras coisas..!) e,como tal, tenho dado o melhor de mim mesma a todos aqueles que, ano após ano, me passam pelas mãos. Mulher, já nasci, e a História me diz quanto lutaram, mulheres como eu, para ter os direitos que tenho.Usufruo-os com a consciência de que para sermos dignos dos nossos direitos, devemos cumprir, antes demais, os nossos deveres. Sou Mãe porque quis sê-lo e na convicção de que as responsabilidades e satisfações inerentes à maternidade, me realizariam plenamente como mulher. E sinto-me realizada.
Mas agora, de repente, querem roubar-me de uma assentada regalias adquiridas, expectativas formadas, direitos fundamentais, inclusive o direito de ser Mãe! E o que é estranho, quem me quer roubar tudo isto é Mulher como eu. Mulher sim, mas com "m" minúsculo. Professora, não é com certeza...Mãe, seguramente não.
Lamentável, Sra. Ministra, o seu contributo para a crise da Família, da Escola, da Educação. Lamentável, este baile de máscaras, em que nada é o que parece, porque V. Exª diz aquilo que não é e afirma ter objectivos que o não são. Lamentável a sua postura rígida, a sua indisponibilidade, a sua ausência de sorriso, o seu deficit de simpatia, enfim, a sua tremenda cara de pau.
Não há nada mais antidemocrático que a sua posição prepotente. Mas acho que a senhora já esqueceu há muito o que é a democracia ou que foi alguma vez socialista (?!). Como Professora, não quero - nem milhares de outros como eu - as suas imposições. Nem lhe reconheço a autoridade para mas fazer: a senhora não sabe, não imagina longinquamente, não conhece, nem quer conhecer, a realidade do ensino básico.
E só a propósito de faltas: Como Mãe, quero poder assistir a minha filha em caso de doença, sem sofrer por isso penalizações. Saberá V. Exª que é comum as crianças sofrerem de doenças infecto-contagiosas (sarampo, varicela, papeira...)?Saberá que nos infantários não as recebem nessas condições? Que muitos de nós não têm com quem as deixar? Não, a senhora não sabe nada, porque não é, nem nunca foi mãe. Nunca passou uma noite em claro ao lado de um filho doente, nunca se afligiu com uma febre alta e umas convulsões, nunca dormiu sentada numa cadeira à cabeceira de uma cama de hospital. Mas mesmo sem ter passado por isto podia compreendê-lo, se tivesse sensibilidade e respeito por quem conhece estas coisas por dentro.
Para si:
Um bom professor é aquele que nunca falta, ainda que falte aos seus deveres de Pai ou Mãe.
Um bom professor é aquele que coloca os alunos e a escola emprimeiro lugar, ainda que abandone os filhos e a Família.
Um bom professor é aquele que nunca adoece, ainda que a doença não seja escolha dele.
Um bom Professor está sempre na escola para receber os Pais, mas não pode faltar para ir à escola tratar dos assuntos dos filhos.
Um bom professor não pode ter filhos, não pode ter pais, nem doenças de qualquer espécie. Nem vida própria de preferência.
Sra. Ministra, a SENSIBILIDADE ficava-lhe tão bem!
( Carta recebida por mail)

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3 Comments:

Blogger martim de gouveia e sousa said...

tarde vai sendo. abraço.

24/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Não basta um olhar sisudo para ser séria!

24/2/07  
Blogger pn said...

lazerar tal mal-sen

vilana o cajon trouxe

de todolo desguisada

(arrenego tam doña bífida)

24/2/07  

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