6.2.07

Clinton (Remake)


Como se sabe, Hillary Clinton apresentou-se, há poucos dias, como candidata pelo Partido Democrata (P.D.), às eleições presidências americanas, no próximo ano. Logo uma certa euforia se gerou nos meios de comunicação, lá e cá. Estávamos perante a salvadora da Pátria e do Mundo! Não posso deixar de recordar a cara de espanto da inefável Judite de Sousa quando, na entrevista a António Vitorino na RTP, , este pôs algum travão nessa euforia e admitiu mesmo a possibilidade de nem sequer ser a citada senhora a candidata pelos Democratas.
Ouvinte assíduo do programa internacional da RR das quintas-feiras, das 23 às 24 h, fiquei bastante admirado com a resposta do comentador residente à questão da descida nas preferências, no P.D., de Hillary Clinton em relação a Barak Obama.
Segundo o referido comentador, e para meu espanto, o problema estava na "campanha caluniosa" contra os Clinton!!!
Mas que campanha? Nos últimos tempos não se ouviram críticas aos Clinton; antes pelo contrário, Hillary era apresentada como uma espécie de "D.Sebastião" americano que iria acabar com o terrorismo no mundo, a guerra no Iraque e todos os demais problemas dos EUA. É bom relembrar que os grandes meios de comunicação social americanos costumam alinhar com o P.D., como aconteceu nas últimas presidenciais em que, expressamente, apoiaram Kerry.
Nada foi dito pelo comentador de serviço em termos de verdadeira análise política.
Será, portanto, pertinente, ter presente que os Clinton não são inimputáveis, nem podem viver na impunidade, ainda para mais nos EUA onde a imprensa se constitui, na realidade, como quarto poder e tudo é averiguado.
Basta pensar o que se passou na presidência de Clinton, e o seu badalado caso com Mónica Lewinsky, para constatar como a imprensa americana foi branda e não descobriu um novo Watergate. É bom lembrar que Clinton cometeu perjúrio perante a Justiça, o que, nos EUA, (que levam a Justiça a sério) é muito grave.
E há outras ilegalidades que fazem parecer Nixon um menino de coro: o escândalo Whitewater-envolvendo operações imobiliárias no Arkansas-, e que levou ao suicídio de meia-dúzia de amigos do casal Clinton para não prejudicar a imagem de Bill-Presidente; o indulto a acusados de crime fiscal( que nos EUA também é levado a sério...) determinado por Bill Clinton, já depois de Bush ter ganho as eleições, e cujos advogados de defesa eram irmãos de Hillary…
Isto para não falar das tropas especiais(?) que Bill enviou para a Florida para retirar a criança cubana sobrevivente de naufrágio aos tios para a enviar para Cuba... Ou a recusa em aceitar a extradição de Osama Bin Laden, proposta pelo Sudão, onde estava refugiado em fins da década de 90, e que talvez tivesse evitado o 11/Setembro...

(Texto enviado por Francisco R.)

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

VA, perante as trapalhadas de Bush, as outras, as do Clinton parecem-me hoje criancices.
Pessoalmente gostava de ver uma mulher ou um negro na presidência dos USA.
"I have a dream", como dizia Martin Luther King. Não creio que a América ficasse melhor no feminino ou de negro, mas cumprir-se-ia um dos sonhos do grande lutador pelos direitos humanos que foi Luther King

6/2/07  
Blogger Amenophis said...

Um pouco mais de seriedade, Ok?
Gostaria de saber quais foram os 6 (meia duzia) de amigos do casal que se suicidaram em defesa da honra dos Clinton.
Assim não vale, VA!

6/2/07  
Blogger Vítor Amado said...

amenophis: o texto foi enviado por um colaborador deste blog em quem confio.De qualquer modo, tentarei saber.
abraço.

6/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Para o incógnito "amenóphis":compreendo,com benevolência, que não saibas os nomes dos heróicos-suicidas;afinal,o nome deles passava em nota de rodapé nas TV(s) e em pequenas notícias nos jornais.Não se podia queimar a imagem de "menino bonito" do Bill.Mas saber a realidade do mundo consiste em ter a capacidade de ler e procurar os factos que os grandes interesses evitam em divulgar.Já António Sérgio recomendava aos estudantes de filosofia que a sua postura inicial deveria ser o "porquê",ou, como se diz em Direito, a "ratio legis", de certas ideias, ou princípios, ou orientações. O estudante de filosofia devia ter uma interrogação permente.Aconselho-te a procurar os tais nomes; se não conseguires, serás elucidado dos mesmos e até de algumas tragédias familiares que provocaram.

7/2/07  
Blogger Amenophis said...

Continuo na mesma. Não sou a ter que provar a falsidade, mas quem afirma a ter que demonstrar a verdade. Quanto ao "porquê", não existe questãomais legítima. Porqu~e atacar as pessoas sem apresentar as provas?

7/2/07  
Anonymous Anónimo said...

O porquê não tem q ver com isso, mas com o "critério jornalístico dos "média".Claro que também se aplica na acusação sem provas.
Mas nos EUA isso foi suficientemente falado.
Por acaso não guardei de imediato as "provas" para as apresentar de bandeja a um incógnito 10 ou 12 anos mais tarde.
Mas não te deixo ficar na ignorância...

7/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Faço minhas as palavras do Zé.

7/2/07  
Blogger Amenophis said...

Fico a aguardar Zé ( que não és incógnito). Aguardo a prova de que não se trata de uma opinião baseada em outra opinião mas em factos.

7/2/07  

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