28.2.07

"O Livro do Desassossego"

Fernando Pessoa, na sua diversidade, é todo ele uma literatura. Figura ímpar nas Letras portuguesas, a sua mensagem tem uma universalidade única. De entre a vasta obra do poeta, destacaria O Livro do Desassossego, composto pelo seu semi-heterónimo, Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.
Recuemos a 1913, 20 de Janeiro. Nesse dia o poeta redigiu, numa folha solta, como era usual nele, o poema Dobre. Junto ao texto, terá rabiscado, em letras enormes, o título Desassocego. Assim mesmo, com grafia antiga, com um traço bem vincado.
Aqui deixo esse poema, texto iniciático dum livro imprescindível em qualquer biblioteca.
Peguei no meu coração
E pu-lo na minha mão.
Olhei-o como quem olha
Grãos de areia ou uma folha.
Olhei-o pávido e absorto
Como quem sabe estar morto;
Com a alma só comovida
Do sonho e pouco da vida.

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3 Comments:

Blogger freespirit said...

quem sabe, sabe.

Gostei particularmente dos 2 últimos versos.

abraço.

28/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Passei por aqui e gostei muito de conhecer seu blog, vc e os temas abordados...fica aí o meu abraço.

4/4/07  
Anonymous Anónimo said...

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