22.1.08

In(congruências)

Chegou agora às salas de cinema 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, da cineasta Cristian Mungiu, filme galardoado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e candidato aos Globos de Ouro para melhor filme estrangeiro. Na sinopse do mesmo, pode ler-se que
  • "1987, Roménia, alguns anos antes da queda do Comunismo. Ottila e Gabita, colegas de universidade, partilham um quarto num dormitório de estudantes. Gabita está grávida e o aborto é um crime."

Em intervenção de Jerónimo de Sousa, datada de 25 de Março de 2007, a propósito da interrupção voluntária da gravidez, o Secretário-geral do PCP apelou ao esclarecimento e à mobilização para o voto SIM e lembrou aos partidários do Não que sinceramente pensam que não se deve punir a mulher «que não há outro caminho, não há outro meio, se querem efectivamente acabar com os julgamentos e as condenações senão a despenalização. E para isso não há outra saída, senão o voto SIM! Esse é que é o voto da coerência, o único voto que assegura a possibilidade efectiva da despenalização da mulher!».

No programa do Partido Comunista Português, lê-se a determinada altura:

  • "O século XX fica marcado na história da humanidade como um momento de viragem da sociedade humana a partir da vitória da revolução socialista de Outubro e da constituição do primeiro Estado de operários e camponeses. (...) Tratou-se de um empreendimento revolucionário exaltante(...) que visou transformar e em grande medida transformou em realidades profundas, sentidas e justas aspirações e sonhos da imensa maioria da Humanidade - de todos os explorados, oprimidos, discriminados por motivo de classe, de raça, de sexo, de ideias. Depois de milénios de sociedades cujos sistemas socioeconómicos e cujo desenvolvimento se basearam sempre na exploração de umas classes por outras classes, na exploração dos que trabalham e constituem a grande maioria dos povos por uma minoria detentora dos meios de produção, do Estado e do Poder - as revoluções socialistas, com o poder dos trabalhadores, empreenderam a construção de uma nova sociedade sem exploradores nem explorados, sem classes antagónicas, sem discriminações e injustiças sociais, uma nova sociedade na qual o bem-estar material e espiritual do povo e a democracia nas suas vertentes económica, social, política e cultural tem necessariamente de ser um objectivo básico de toda a política."

O sol quando nasce não é (era) para todos...

Etiquetas: ,

3 Comments:

Blogger vida said...

Amigo Vítor...pode não mais parecer, mas...o SOL, continuará sempre nascendo para todos nós, porque esta não é uma determinação humana, não depende de cor, de raça, e nem de posição social.
Muito embora, os homens às vezes desejem impedir, que isto aconteça, a força do universo sempre encontrará uma solução justa. Os homens tem o livre arbítrio para tomar as suas próprias decisões, mas isto não significa que tenha o controle sobre o seu caminho, porque de alguma forma vai ser cobrado dele a responsabilidade sobre os seus atos.
Tua iniciativa deste blog, é bastante louvável, tem sido um grande acréscimo no meu caminhar.
Que a tua força continue sempre grande.

22/1/08  
Anonymous Anónimo said...

Petição on line para que Odete Santos encabece a fila de "progressistas" a ver obrigatoriamente este filme, precisa-se!

22/1/08  
Anonymous Anónimo said...

Parece que o programa do Partido Comunista Português foi em grande parte escrito pela Zita Seabra.

24/1/08  

Enviar um comentário

<< Home