Soljenitsine

Faleceu esta semana Alexandre Soljenitsin. Tomei contacto com os seus livros por volta dos vinte anos, quando a sua obra começou a ser publicada em Portugal. Prémio Nobel da Literatura em 1970, o escritor foi um dos principais denunciadores do terror estalinista. Preso e deportado para campos de concentração, nunca se vergou aos carrascos do regime comunista na então União Soviética. Dos seus livros, destaco o Pavilhão dos Cancerosos e Arquipélago de Goulag.

Após a Revolução de 25 de Abril, nunca alinhei nos amanhãs que cantam, nem em qualquer outra deriva esquerdista. Desde cedo, tive a convicção que os regimes comunistas não passavam de autoritários, ditatorias, onde uma Nomenklatura obediente usurpava o poder e era a única beneficiária de um regime que se proclamava igualitário. Alexandre Soljenitsin reforçou essa minha convicção. Com ele, conclui que o comunismo foi, efectivamente, o maior embuste do século XX.