O regresso de Paulo Portas

Desde os tempos do Independente, pelo menos, que Paulo Portas tem uma estratégia de poder. Nos últimos tempos do cavaquismo, ele e um grupo de liberais de direita aproveitaram as páginas do semanário para atacar pela direita o governo de Cavaco ( para gáudio da esquerda também...). Essa estratégia teve o seu auge, anos mais tarde, com a ida para o governo de Durão Barroso. Derrotado nas urnas, continuou a manobrar nos bastidores e a corroer a liderança de Ribeiro e Castro.

Achou que era tempo de voltar, qual D.Sebastião, para agregar as "forças de direita", sabendo as fragilidades por que passam o CDS e o PSD. O sonho dele é (desde sempre???) liderar essa direita. Acho que se vai dar mal. Apesar da pouca empatia que desperta Marques Mendes, Paulo Portas não conhece o PSD, sobretudo o "basismo" do PSD. Se algum dia tentar esse "agiornamento", vai dar-se conta que cometeu um erro de cálculo. O PSD nunca o aceitará. Mesmo no CDS há muita gente que espera o momento certo para ajustar contas com ele. Normalmente as "remakes", em política, não dão bom resultado. Há exemplos disso aqui em Portugal. O último, ainda bem presente, foi o de Mário Soares.

Acredito que ganhará facilmente o congresso do CDS. Mas terá entrada de leão e saída de sendeiro.