21.2.08

Paquistão: Farsa Eleitoral

Decorreram as eleições legislativas no Paquistão, se é que se podem apelidar de eleições.
Curioso foi ver a evolução da comunicação social Portuguesa e, no geral,Ocidental: antes das eleições, o tema era a coacção de Musharraf, a falta de condições de liberdade e, até, a denúncia de que já haveria votos do partido do Presidente nas urnas!
Como os resultados apontam para uma vitória do Partido da falecida Benazir, aquelas falcatruas desapareceram por magia!
Fácil de perceber: Musharraf é tido como aliado de Bush; daí que as baterias dos media apontassem para ele. A desbunda é tal que nem repararam que Sharif (o segundo em votos) tem posições próximas do fundamentalismo islâmico; ou melhor, aceitam tudo, desculpam tudo, "compreendem" tudo-mesmo o terrorismo- desde que contra Bush!
A comunicação social do Ocidente está mergulhada na lama da hipocrisia até à raíz dos cabelos!
Benazir representava a visão ocidental da política: direitos civis, pluripartidarismo, separação de poderes; vivia em Inglaterra, onde estuda o filho que, praticamente, nunca esteve no Paquistão.
Por issso, foi assassinada pela Al Qaeda.
No Paquistão, como na maioria dos países muçulmanos, a sociedade tem estrutura tribal, que implica obediência e seguidismo: é este o principal factor eleitoral.Como é que em regiões como o Waziristão, fronteira com o Afeganistão-onde predominam os taliban e estaciona a base de apoio de Bin Laden-pode haver liberdade de voto?
Este, sim, constitui o verdadeiro entrave à democracia no Paquistão; como é óbvio, nem é referenciado pelos media.
Há poucos dias realizaram-se palhaçadas em Cuba em que os cidadãos eleitores votavam os membros da Assembleia Nacional Popular que tinham sido escolhidos pelo Partido Comunista Cubano.Com uma réstea de vergonha, a comunicação social do Ocidente não compareceu em massa: é que teria que denunciar a palhaçada, e isso custava-lhe muito.Preferiu não comparecer e assestar baterias em Musharraf.
O tiro saiu-lhes pela culatra no Paquistão; e as novidades de Havana também são desanimadoras para essa troupe: basta estar atento às reportagens que se referem a Fidel como líder, El Comandante, soldado das ideias e não como realmente é: ditador!
Aproxima-se a hora da liberdade e democracia em Cuba; e, mais uma vez, prestamos homenagem aos heróis presos, bem como aos que foram sumariamente fuzilados. Aqui.

Etiquetas: , ,

4 Comments:

Blogger Custódia C. said...

Gostei do que li.
A falta de liberdade, é inaceitável, seja no Paquistão, em Cuba ou em qualquer outro lugar. O seguidismo cego a democraciaas ditas ocidentalizadas, também não é melhor.
Quanto a Fidel, há anos que acalentava a esperança que um dia tivesse um aneurisma, um colapso, um AVC e que desaparecesse, já que um atentado me parecia coisa difícil de acontecer. Com esta doença prolongada pensei: é desta! E mesmo assim não foi. Há-de morrer e ser enterrado como um herói. É um ícone? Verdade, mas pelas piores razões. Cuba vai passar por um mau bocado, até encontrar o verdadeiro caminho da democracia e da liberdade. Mas também, há 50 anos que vem a passar um mau bocado...

21/2/08  
Blogger Inha said...

Totalitarismos? De forma alguma!!!

Obrigada pelas simpáticas visitas e considere-se linkados!:)

21/2/08  
Blogger Mac Adame said...

Aproxima-se a hora da democracia e liberdade em Cuba? Às vezes esquecemo-nos que em Cuba nunca houve democracia nem liberdade porque, antes de Fidel, os EUA nunca permitiram que isso acontecesse. E durante os 50 anos de Fidel também não, para sermos exactos. Não morro de amores pelo regime cubano, mas se calhar é a única maneira de Cuba ser um país soberano. Como se verá, dentro em pouco.

21/2/08  
Anonymous Anónimo said...

mas todos esperam por Bush como por Santa Bárbara quando a actividade terrorista nos toca e então ouve-se frequentemente falar "na intervenção dos EUA".

é cá um "até dá jeito"...

eu

23/2/08  

Enviar um comentário

<< Home