Ao longo de mim...

sonho-te tranquilo, ao meu lado,
menino obediente nas carícias que se desejam.
tu, sonho, alongado,
colado a mim,
roubando o meu calor na ânsia do conforto
que não te chegou ou se perdeu.

sonho-te, entregue às minhas mãos,
em delírio,
murmurando não sei que nome que me queiras dar,
cumplicidade em nós deste querer receber e desejar dar.

do mais, do que gostaria, do que desejo e sonho...

eu seria o meu rosto a percorrer o teu corpo,
a minha boca escorrendo carícias ao sabor dos lábios
por ti fora,
acto animal e felino,
suavidade escorregadia de pele ora arrepio, ora atrito.

e poder ser tudo, assim,
o que sempre quis com alguém...
prazer até à inconsciência de uma espécie de dor física.