Pinto da Costa e o Apito Dourado

Pinto da Costa é uma figura incontornável no futebol português, e no FC do Porto em particular, nos últimos 30 anos. Depois que se desencadeou o chamado processo Apito Dourado, o homem, e seus acólitos, tentou defender-se de todos as ataques de que era vítima. Com a convicção que sempre põe nos seus discursos, arrasou tudo e todos, desdenhou de magistrados, ironizou com os factos trazidos a lume.

Ultimamente atacou a ex-companheira e fidelíssima esposa, Carolina Salgado por esta ter denunciado processos menos claros. Mas esqueceu que foi ele próprio que não soube preservar a sua vida privada; foi ele que a credibilizou aos olhos da opinião pública, levando-a a estádios, a eventos sociais, dando capa a revistas cor-de-rosa. Essa reabilitação (teria Pinto da Costa algum peso na consciência por ter ido buscar a senhora onde foi?) teve o seu auge quando Pinto da Costa a levou em audiência junto do Papa João Paulo II. A benção pontefícia teria esconjurado o passado da senhora.

Hoje é notícia o salário milionário que o dito senhor declarou em sede de IRS, em profunda contradição com o declarado em audiências a uma juíza do Porto. Mentiu, portanto.

Que credibilidade merecem, assim, as suas palavras quando quer fazer crer que tudo não passa de uma cabala contra a sua pessoa, congeminada no calor da noite?