Homenagem a Fernando Lopes-Graça
Comemoram-se hoje os 100 anos do nascimento de Lopes-Graça.
Nascido em Tomar, desde cedo se interessa pela música. Não admira, por isso, que aos catorze anos apareça como concertista no Teatro de Tomar. Em 1923, deixa Tomar e chega a Lisboa para estudar no Conservatório Nacional.
Empenhado politicamente, luta contra o regime salazarista que se instala no poder no início da década de 30. Envolve-se nos debates estéticos e ideológicos que atravessam a sociedade portuguesa de então, assumindo posições muito próximas do Partido Comunista Português. É nesta altura que compõe as célebres Canções Heróicas para dar resposta às exigências da acção política.
Contudo, não se deve nem pode julgar a sua obra artística, restringindo-a à esfera político-partidária. Citando o jornal Público, podemos dizer que angústia e esperança, portuguesismo e europeísmo, mas sobretudo uma profunda e comovente humanidade marcam o seu trajecto musical.
Da sua obra pianística, destacam-se seis sonatas, uma série de prelúdios, várias peças para concertos, álbuns e cadernos de dança, glosas, oito suites. No capítulo da música oral, deixa uma produção considerável, a saber, dezenas de Canções Regionais Portuguesas, Requiem para as vítimas do fascismo em Portugal.
Em boa hora a RDP vai lançar uma colectânea que inclui 40 obras do compositar, 13 delas nunca editadas discograficamente.
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