3.12.06

O estado da educação


Num artigo interessante, no jornal www.publico.pt de hoje, António Barreto debruça-se sobre o estado da educação em Portugal. Constata que o país destina à educação "uma das mais elevadas fatias do orçamento público", comparativamento com os países da OCDE, rematando que o financiamento para a educação é suficiente. Neste ponto discordo do ilustre comentador, já que parte de situações não comparáveis. O atraso de séculos do nosso país nesse campo é conhecido e o desprezo com que os governantes, durante décadas, trataram a educação, acentuaram essas diferenças. Ninguém desconhecerá os elevados níveis de analfabetismo que Portugal possuía há trinta anos atrás, para não recuar mais no tempo. Ora, tendo presente esta situação de partida, o investimento em educação é insuficiente para recuperar o atraso que se verifica(va) e ainda é bem visível em estudos internacionais.
Um outro aspecto criticado por Barreto diz respeito aos programas, os curricula e a carga horária como condicionantes do sucesso educativo. Reside aqui, na minha opinião, um dos principais entraves a um melhor desempenho dos nossos alunos e até à desmotivação com que muitos encaram a Escola. Enquanto as entidades competentes não encararem estes problemas, enfrentarem lobbies instalados, encerrarem cursos completamente disparatados e inúteis, fecharem instituições de "ensino dito superior" de duvidosa qualidade, o problema persitirá durante largos anos.
Claro que a Ministra da Educação, conhecida pelo "petit non" de D.Milu, também não ajuda nada...

1 Comments:

Blogger José Carrancudo said...

Não concordo com o Sr. António Barreto: as tecnologias modernas em nada ajudarão, quando as bases não aguentam. Mais: os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Nisso, culpados são os educadores oficiosos que promoveram as politicas educativas desastrosas, e não os alunos e professores.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para os assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendo a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, na escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo: as nossas melhores universidades.

17/6/07  

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