Propaganda!
Costuma dizer-se que uma mentira de tantas vezes repetida se transforma em verdade. O governo Sócrates é imbatível nesse campo. Com uma comunicação social, a maioria das vezes, acéfala, isso ajuda. Nesta última semana, foi recorrente ler nos jornais que os impostos baixaram e que o governo tem conseguido baixar a despesa pública e, portanto, o malfadado défice. O problema é que ainda vai havendo um ou outro organismo que deita por terra essa máquina propagandística. O Instituto Nacional de Estatística, por exemplo. Vejamos alguns números que desmentem o que Sócrates, Teixeira dos Santos e outros apregoam:
Tomando como referência os anos de 2005 e 2006, vejamos a evolução dos impostos e da despesa pública:
- Impostos: Passaram de 35.001 para 37.592 milhões de euros, aumentando 2.591 milhões de euros.Tiveram um acréscimo de 7,4%, muito superior à inflação.O peso no PIB passou de 23,5% para 24,2%.
- Outras receitas: Passaram de 26.749 para 28.009 milhões de euros, aumentando 1.260 milhões de euros.Tiveram um acréscimo de 6,6%, muito superior à inflação.O peso no PIB passou de 17,9% para 18,1%.
- Evolução da despesa corrente: Passou de 64.567 para 66.323 milhões de euros, aumentando 1.756 milhões de euros.Teve um acréscimo de 2,7%, superior à inflação. O peso no PIB passou de 43,3% para 42,7%.
- Despesas de capital(investimento): Passou de 6.088 para 5.334 milhões de euros, diminuindo 754 milhões de euros .Teve um decréscimo de 12,4%.O peso no PIB diminuiu, passando de 4,1% para 3,4%.
Conclusão:Em termos nominais, a única contribuição para a diminuição do défice deveu-se ao aumento das receitas. As despesas em nada contribuíram, porque aumentaram. E da pior forma, já que o aumento só afectou as despesas correntes, pois as relativas ao investimento público até diminuíram.
4 Comments:
esse socráááá´tes mete noja porra bahhh
bjokas e bom fim semana
pois... e, no entanto, há um termo "a quo" que não pode ser deslembrado. abraço.
Pois é! Cada um lê os números como quer. Uma mentira tantas vezes é repetida que parece verdade.
Só uma pergunta.
Do aumento das receitas devido aos impostos, qual é a parte que corresponde a um aumento efectivo de cada contribuinte, e quanto corresponde a recuperação em relação a fugas?
Mais um acrescento. Também concordo que os funcionários públicos ganham muito, e é necessário diminuir nas despesas correntes.
Ferreira cadilhe:em relação aos aumentos de impostos, é verdade que se deve a uma maior eficiência da máquina fiscal.Mas também a um aumento dos chamados impostos indirectos, o IVA por exemplo. A grande mistificação tem que ver com a redução das despesas. Aí, as que houve, devem-se , sobretudo:
1) Brutal queda no investimento público(menos 12%);
2) Congelamento das carreiras na função pública. E quando se descongelarem as carreiras? Como vai ser? Onde vai parar o défice? Quase todos os grupos da função pública têm sido afectados por esse congelamento. O corte nas despesas públicas pode fazer-se começando pela própria estrutura do governo. O recente relatório do Tribunal de Contas é um bom exemplo para vermos onde se gastam milhões e milhões de euros desnecessariamente.
3) Quanto à afirmação de que os funcionários públicos ganham muito, não sei em que dados se baseia.Sabe qual é a média de vencimento na função pública? Acrescento ainda que, enquanto o funcionário público não tem qualquer hipótese de fugir aos impostos, o mesmo não se passa no sector privado.
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