31.3.07

Propaganda!

Costuma dizer-se que uma mentira de tantas vezes repetida se transforma em verdade. O governo Sócrates é imbatível nesse campo. Com uma comunicação social, a maioria das vezes, acéfala, isso ajuda. Nesta última semana, foi recorrente ler nos jornais que os impostos baixaram e que o governo tem conseguido baixar a despesa pública e, portanto, o malfadado défice. O problema é que ainda vai havendo um ou outro organismo que deita por terra essa máquina propagandística. O Instituto Nacional de Estatística, por exemplo. Vejamos alguns números que desmentem o que Sócrates, Teixeira dos Santos e outros apregoam:
Tomando como referência os anos de 2005 e 2006, vejamos a evolução dos impostos e da despesa pública:
  • Impostos: Passaram de 35.001 para 37.592 milhões de euros, aumentando 2.591 milhões de euros.Tiveram um acréscimo de 7,4%, muito superior à inflação.O peso no PIB passou de 23,5% para 24,2%.
  • Outras receitas: Passaram de 26.749 para 28.009 milhões de euros, aumentando 1.260 milhões de euros.Tiveram um acréscimo de 6,6%, muito superior à inflação.O peso no PIB passou de 17,9% para 18,1%.
  • Evolução da despesa corrente: Passou de 64.567 para 66.323 milhões de euros, aumentando 1.756 milhões de euros.Teve um acréscimo de 2,7%, superior à inflação. O peso no PIB passou de 43,3% para 42,7%.
  • Despesas de capital(investimento): Passou de 6.088 para 5.334 milhões de euros, diminuindo 754 milhões de euros .Teve um decréscimo de 12,4%.O peso no PIB diminuiu, passando de 4,1% para 3,4%.

Conclusão:Em termos nominais, a única contribuição para a diminuição do défice deveu-se ao aumento das receitas. As despesas em nada contribuíram, porque aumentaram. E da pior forma, já que o aumento só afectou as despesas correntes, pois as relativas ao investimento público até diminuíram.

Etiquetas: , ,

4 Comments:

Blogger Enfim... said...

esse socráááá´tes mete noja porra bahhh

bjokas e bom fim semana

31/3/07  
Blogger martim de gouveia e sousa said...

pois... e, no entanto, há um termo "a quo" que não pode ser deslembrado. abraço.

1/4/07  
Anonymous Anónimo said...

Pois é! Cada um lê os números como quer. Uma mentira tantas vezes é repetida que parece verdade.
Só uma pergunta.
Do aumento das receitas devido aos impostos, qual é a parte que corresponde a um aumento efectivo de cada contribuinte, e quanto corresponde a recuperação em relação a fugas?
Mais um acrescento. Também concordo que os funcionários públicos ganham muito, e é necessário diminuir nas despesas correntes.

1/4/07  
Blogger Vítor Amado said...

Ferreira cadilhe:em relação aos aumentos de impostos, é verdade que se deve a uma maior eficiência da máquina fiscal.Mas também a um aumento dos chamados impostos indirectos, o IVA por exemplo. A grande mistificação tem que ver com a redução das despesas. Aí, as que houve, devem-se , sobretudo:
1) Brutal queda no investimento público(menos 12%);
2) Congelamento das carreiras na função pública. E quando se descongelarem as carreiras? Como vai ser? Onde vai parar o défice? Quase todos os grupos da função pública têm sido afectados por esse congelamento. O corte nas despesas públicas pode fazer-se começando pela própria estrutura do governo. O recente relatório do Tribunal de Contas é um bom exemplo para vermos onde se gastam milhões e milhões de euros desnecessariamente.
3) Quanto à afirmação de que os funcionários públicos ganham muito, não sei em que dados se baseia.Sabe qual é a média de vencimento na função pública? Acrescento ainda que, enquanto o funcionário público não tem qualquer hipótese de fugir aos impostos, o mesmo não se passa no sector privado.

1/4/07  

Enviar um comentário

<< Home