4.3.07

Urgência hospitalar

Em Portugal passam-se coisas verdadeiramente surrealista. Só quando acontecem connosco constatamos que não são mentira nem ficção. O caso passou-se este domingo no serviço de urgência do Hospital de Viseu.
Um meu familiar, com 82 anos, residente em Moimenta da Beira, teve de recorrer às urgências deste hospital. Deu entrada por volta do meio-dia. Naturalmente acompanhei-o e esperei pacientemente...
Há uns meses que não entrava no serviço de urgência. A sala de espera tinha sido modificada. Se já não era espaçosa, reduzia-se agora a um espaço exíguo de uns 25 metros quadrados. Dezassete bancos servem para os acompanhantes descansarem durante horas. Não há qualquer casa de banho!
Por volta das 16 horas tentei obter informações do meu pai, preenchendo o formulário existente para o efeito. Segundo as normas afixadas, de 30 em 30 minutos, um funcionário recolheria esses pedidos e daria andamento ao processo. Como por volta das 17 horas, não tinha ainda qualquer informação, dirige-me ao respectivo funcionário, pedindo explicações. Respondeu-me que iria tratar do caso.
Entretanto, breves minutos passados, recebo um telefonema de minha mãe. O meu pai estava já em casa, a 50km de Viseu. Tinha solicitado os serviços de um táxi e regressado!!! Eu de nada soubera!
Revoltado, decidi dirigir-me à secretaria dos serviços de urgência e relatar o caso. A funcionária, admirada, respondeu-me:
- Esse senhor saiu dos serviços de urgência, dirigiu-se a este balcão e pediu um táxi para regressar a casa.
- Mas como é que isso pode ter acontecido! Nunca, por um momento, abandonei a sala de espera. Não ouvi qualquer pedido a solicitar a minha presença! Como é possível deixarem sair uma pessoa assim, sem mais nem menos, do hospital?!- respondi incrédulo.
- Ah, ele não apresentava sinais de perturbação psíquica e atendemos ao pedido.
[Esclareça-se que o meu pai dera entrada na urgência, de pijama e com roupão. Na primeira triagem que lhe é feita, um meu irmão acompanhou-o e assitiu ao 1º diagnóstico.]
Revoltado com o acontecido, exigi falar com um médico para ser esclarecido. O clínico informou-me que tinha em seu poder os exames realizados pelo meu pai, tinha chamado por ele por volta das 16.30h e não obtivera qualquer resposta. Pudera... a essa hora já o meu pai se encontrava de regresso a casa.
Não importa transcrever o diálogo que se seguiu...O caso, de tão grave, não tem justificações nem atenuantes.
Passou-se em Viseu, Portugal, século XXI.
Puta que pariu este país! Por vezes, tenho vergonha e raiva de ser português!

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vá lá a urgência estava aberta.
Com a febre "reformista" deste Governo qualquer dia nem há urgências!!!

5/3/07  
Anonymous Anónimo said...

Urgente era pôr estes c... (governo) no desemprego, antes que eles nos ponham a nós...

6/3/07  
Blogger Conde Nado said...

Isto só demonstra que a difculdade está em entrar nos hospitais. Para sair...quanto mais depressa melhor.
Os trabalhadores das empresas de segurança só funcionam num dos sentidos.

6/3/07  

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