13.5.07

Aquilino Ribeiro

Abri agora a edição on-line do DN. E a notícia de abertura provocou-me calafrios e revolta. Aquilino foi um terrorista! Nem li tudo. Basta o título para uns quantos imbecis denegrirem (tentarem) o nome do homem de letras e beirão dos quatro costados que foi Aquilino Ribeiro, o "meu" Aquilino das terras do demo. Segundo a notícia, uma petição corre pela net para impedir que os restos mortais do insigne escritor sejam trasladados para o Panteão Nacional. E um dos subscritores é professor de filosofia. O que me consola é que há outros colegas que pensam o contrário. Não é, caro Jerónimo? Dia 27 de Maio lá estaremos, na Lapa do Malhadinhas para lhe prestarmos a homenagem devida.

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6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não estou a ver Aquilino com uma mochila de explosivos às costas pronto a ceifar vidas reais. :-))
Ainda que o homem tenha sido radical no seu desejo de mudar o status quo de então, isso não retira nenhum valor à sua genialidade.
Embora visceralmente céptico em relação a homenagens póstumas, acho bem que esta honra lhe seja atribuida.

14/5/07  
Blogger pn said...

"Foge cão que te fazem conde! Para onde, se me fazem visconde!"
Num estado de direito democrático, todos têm o direito de exprimir a sua opinião, quer sejam associações de monárquicos indignados, salazaristas saudosistas, republicanos exaltados...
Outrotanto, em termos de liberdade de expressão, não existiu durante a monarquia.
Por isso, a petição do fórum real, se não me engano no nome, tem toda a lógica de surgir e de se exprimir livremente.
Ao que ouvi, parece que já são aproximadamente 400 as assinaturas dos viscondes, condes, marqueses e duques da nossa lusitana praça a avalizarem a ideia, com a coerência que lhes assiste.

14/5/07  
Blogger pn said...

Ademais, acredito e sou um defensor intransigente das aristocracias. Mas não das consignadas pelo nascimento, que não pelo merecimento.
Hoje, mais do que nunca, devemos orgulhar-nos de contar com aristocratas nos mais diversos domínios, tais como, o científico, o financeiro, o político, o artístico, o espiritual, o intelectual... Reduto a que raros ascendem e onde AQUILINO RIBEIRO tem todo o cabimento.

14/5/07  
Blogger pn said...

No regicídio, apesar de investigado durante mais de dois anos, para além das mortes e das participações directas do Manuel Buíça e Alfredo Costa, nunca foram provados os envolvimentos de AR, Alberto Costa, Virgílio de Sá, entre outros.
Por isso, a desoras, estamos no domínio espectral da conjuntura, baseada em muita suposição, nalguma convicção e em pouca ou nenhuma fundamentação.
Já agora porque não tirar do Panteão N. Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Sidónio Pais Óscar Carmona, uns por serem revolucionários e panfletários, outros por serem republicanos, outros por serem fascistas?
Finalmente, apodar AR de terrorista é de uma gratuitidade boçal. É desconhecer e/ou branquear a História de Portugal e a própria Igreja, prenhes de actos do mais bárbaro e gratuito terror, não em prol de ideologias e convicções, mas sim em prol de crendices, fanatismos, autocracias puras e para os mais tenebrosos e inconfessáveis fins.
A verdade histórica tem sempre plurais enfoques. Por isso mesmo, se ainda há quem, por vezes, se chore pela Revolução Francesa, outros, têm-na como referencial setecentista da História Mundial.

Abr
paulo neto.

14/5/07  
Anonymous Anónimo said...

Caro Sr.
Estive hoje e ontem na Lapa, em Carregal e Soutosa, a prestar a minha homenagem ao grande Aquilino Ribeiro. É um mestre e génio vivo da literatura portuguesa. Mas ainda ssim assinei a petição contra (e não sou aristocrata, veja lá, e até tenho 2 palmos de testa) porque, se conhece Aquilino tão bem sabe que ele próprio assumiu a participação no regicídio. E a principal confissão de culpa, foi ter fugido (sim, fugido, como um cobarde), para Paris em 1908. Portanto, uma coisa é o escritor talentoso, outra é o conspirador vil. Não deixa de ser um génio. Lugar no Panteão, não, mas também não vejo porque isso deslustre alguém, dadas as figuras que lá estão...
Cumprimentos

27/5/07  
Blogger João Pedro said...

Outrotanto, em termos de liberdade de expressão, não existiu durante a monarquia."

Se o sr. PN tem tanto amor pela verdade histórica, então seria bom que não dissesse barbaridades desse nível. Durante a Monarquia Constitucional havia maior liberdade de expressão do que nos regimes seguintes. Não sabia, ou afinal a verdade histórica é mais relativa do que o que pretende dar a entender?

19/9/07  

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