Comunicação Social e Estado
O assunto é já recorrente, mas vale sempre a pena constatar as evoluções e "nuances" que vai tomando, conforme os interesses em jogo. Os governos, todos eles, têm uma apetência doentia pelo controle da informação nos orgãos de comunicação social. Quando esses orgãos se encontram na mão do Estado, maior a pressão. Pretendendo dar uma ar de modernidade à coisa e passar para a opinião pública uma imagem de imparcialidade, criou-se uma entidade reguladora(ERC). Desconfio sempre quando um qualquer tentáculo do Estado se intromete na linha editorial de um jornal, TV ou rádio. Joga-se com a "imagem"cada vez mais; se esta passar por ser "independente" e "objectiva", tanto melhor. Não deixa, por isso, de ser preocupante, mas esclarecedor, o texto que Ricardo Costa (SIC) escreveu no Diário Económico.
Deixo aqui um pequeno excerto.
- "Ora, a ERC colocou esse documento ‘on-line’ e diz “preto no branco” quantas notícias é que a RTP1, RTP 2 e RTPN devem dar sobre o governo e o PS! Sim, estão a ler bem. Se algum leitor conhecer alguém que trabalhe com o Mugabe ou o Chávez mande-lhe o ‘link’ com o ‘site’ da ERC. Eles vão adorar. E vão adorar porque a ERC defende que o Governo e o Partido Socialista devem ter, tendencialmente, 50% (cinquenta por cento) das notícias políticas dos noticiários. Ou seja, 50 por cento das notícias políticas da RTP vão ser sobre o governo e o PS, que caso não saibam, são a mesmíssima coisa."
Etiquetas: comunicação social, portugal
1 Comments:
A ERC é muito tendenciosa. Considerando a votação do PS nas últimas legislativas, as notícias deveriam ser 45%. 50% é um favorecimento descarado!
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