Israel e o Hamas
No mundo politicamente correcto em que vivemos, é de bom tom criticar Israel. Basta ler e ouvir a comunicação social para retirarmos essa conclusão. Tudo o que Israel faça contra os "desgraçadinhos" dos palestinianos inunda os media e, com imagens seleccionados e chocantes, emocionar os empedernidos corações ocidentais. Em caso de conflito, muito raramente é referido que Israel luta e ataca grupos de terroristas que têm como principal objectivo a destruição desse mesmo país. Ambulâncias estridentes, crianças feridas, multidões em fúria são o leit-motiv para as consciências ficarem mais tranquilas.
Pacheco Pereira em artigo recente, publicado no jornal Público, analisa com lucidez este problema ao afirmar:
"A “liderança palestiniana em Gaza”, que os signatários recusam nomear, é o Hamas que se separou do governo e do presidente palestiniano Abbas, para ilegalmente tornar o território numa ditadura civil e militar fundamentalista, patrocinada pelo Irão, que usa a população civil como escudo para as suas actividades de agressão a Israel, mas também para atacar todos os sectores palestinianos mais moderados. O seu objectivo é explicito: impedir qualquer acordo de paz com Israel e, em consequência, militarizou todo o território, usando todas as oportunidades de abertura de fronteira para se rearmar e receber apoios externos, sacrificando o bem estar de milhares de palestinianos civis aos seus objectivos de guerra. No interior do território controla todas as ajudas humanitárias para, em primeiro lugar, privilegiar os quadros do Hamas e as suas famílias e, depois, para o enquadramento e doutrinação fundamentalista."
Para ilustrar ainda melhor o carácter sanguinário destes fundamentalistas, deixo um video onde guerrilheiros do Hamas assassinam, com uma frieza e desprezo inqualificáveis, os lideres da Fatha (OLP) em Gaza, após tomarem o poder pela força em Junho de 2007. Ainda se lembram da OLP e do seu líder, Yasser Arafat???
Etiquetas: Israel;Hamas;Palestina;Terrorismo;
4 Comments:
que horror! mas não há ninguém inocente.
já vou dormir mais descansado. Andava inquieto por não encontrar justificação para as ambulâncias estridentes (cheguei a pensar que pudessem ser montagens de vídeo de terroristas), para as crianças feridas (cheguei a pensar que pudesse ser mercúrio vertido por terroristas, para fingir), para as multidões em fúria (cheguei a pensar que fossem pessoas enganadas por terroristas como os professores o são pelos sindicatos).
Finalmente encontrei a justificação para tudo aquilo que eu pensei que fossem barbaridades, mas afinal são actos justificáveis. E a justificação está nuns filhos de puta de uns terroristas. Vou dormir mais descansado. Obrigado, VA!
Ao ilustre comentador que me antecedeu:
Há árabes a viver em Israel e são cidadãos israelitas com todos os direitos dos israelitas judeus.
Em Israel existe um partido árabe com representação parlamentar.
Israel não vive à pála de subsídios.
O Primeiro-Ministro israelita mete-se em negócios duvidosos e é destituído.
O muro entre o Egipto e Gaza não foi nem é notícia de jornal.
A queda de um morteiro em Israel não é notícia nos jornais cá do burgo.
A queda de milhares de morteiros também não.
Em Israel os livros escolares são apenas isso: livros escolares.
A tropa israelita está uniformizada e é reconhecível no meio de civis.
Os israelitas não se matam uns aos outros.
Os quartéis não estão dissimulados no meio de escolas primárias e hospitais.
Antes de atirarem uma bomba os israelitas esforçam-se por acertar em alvos estritamente militares.
Os presos palestinianos em Israel são libertados ou trocados vivos.
As mulheres israelitas casam com quem querem, quando querem.
As mulheres israelitas divorciam-se.
As mulheres israelitas vestem-se como querem.
Em Israel há – pasme-se (!!!!!) – homossexuais!
Não há judeus a viver na Palestina nem na generalidade dos países árabes.
Os subsídios aos palestinianos são maiores que os subsídios todos já atribuídos à África negra.
O Arafat abotoou-se a vida toda com o dinheiro dos subsídios (lembram-se do folhetim que se seguiu à morte dele sobre as contas bancárias?).
O único muro mais falado do que o muro de Israel foi o de Berlim...
Um palestiniano a atirar uma pedra faz parar as rotativas...
Os livros escolares palestinianos – subsidiados pela UE e EUA – estão cheios de incitamentos ao ódio e à xenofobia.
Os militares do Hamas dissimulam-se cobardemente no meio de civis como se fossem civis.
Os militantes do Hamas matam os militantes da OLP.
Os israelitas apanhados pelos palestinianos são torturados impiedosamente até à morte (o que é isso da Convenção de Genebra?).
As meninas árabes são casadas aos 4 (???!!!!!????) anos...
As mulheres árabes são apedrejadas por adultério até à morte.
Há mulheres árabes a quem a polícia prende o véu com pioneses à cara.
No Irão – a fazer fé no seu extraordinário Presidente – não há homossexuais.
As mesmas pessoas que cá no burgo (Miguel Portas p.e.) pensam que é legítimo atirar morteiros a quem nos ocupa a propriedade, são as mesmas pessoas que não acham razoável sequer, a GNR identificar os vândalos do Verde Eufémia, quanto mais o dono da propriedade do milho transgénico ferrar-lhes com uns zagalotes no pêlo, quando viu a sua propriedade ocupada, como devia ter feito...
De facto só não percebe quem não quer perceber.
Com as minhas desculpas ao dono do blog pelo longo post que escrevi.
Um pouco de História para relembrar as origens do problema israelo-árabe e contrariar a intoxicação da comunicação social.
O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas. Não foi constituído a partir de terras palestinianas, mas sim a partir do que havia sido o Império Otomano, governado durante 400 anos pelos turcos, que o perderam ao serem derrotados na I Grande Guerra Mundial (IGGM). Não havia um território da «Palestina», à data, pela simples razão de não existir quem reclamasse ser palestiniano. Os árabes que viviam na região da Palestina consideravam-se sírios.
Foi só depois da I GGM que os actuais Estados da: Jordânia, Síria, Líbano e Iraque foram criados, e criados também artificialmente pelos vencedores, franceses e ingleses, a partir do Império Turco.
A Jordânia foi constituída em 80% do território do que era o Mandato da Palestina (MP), e que originalmente havia sido designado pela Liga das Nações como fazendo parte do lar judaico.
Em 1947 o Plano de Partilha das Nações Unidas determinou a criação de dois Estados nos 20% que restavam do território abrangido pelo MP: o Estado de Israel para os judeus e um segundo Estado para os árabes. Estes nunca aceitaram o Estado Judaico.
Entre 1945 e 1947, 800.000 judeus foram obrigados a abandonar os seus lares em territórios que se tinham tornado Estados árabes, e onde viviam há centenas ou milhares de anos, numa fuga que não teve grande diferença da nossa descolonização.
Israel recebeu todos estes judeus que para lá quiseram imigrar. E porque não foram instalados os 700.000 árabes fugidos à primeira guerra israelo-árabe nas (boas) casas e (boas) propriedades deixadas por estes judeus? Mais: porque razão se recusaram e recusam terminantemente os Estados árabes (com excepção da Jordânia, para alguns casos) a acolher estes árabes?
Ass: Um dos milhares de contribuintes que anda a pagar o forróbódó do pseudo-engenheiro com nome de filósofo.
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