Natal
O Natal aproxima-se. As cidades, por esta altura, iluminam-se, embelezam-se, como querendo tornar-se mais humanas e mais de acordo com o espírito da época. Apesar de todo o apelo consumista que se faz sentir, ainda há lugar para o homem se interrogar e pensar se toda essa ilusão do pai natal tem sentido...
Durante os próximos dias, irei publicar fotos da cidade de Viseu, com as decorações alusivas à quadra, acompanhadas de poemas de escritores portugueses.
As fotos foram amavelmente cedidas pelo colega Paulo Neto. O meu muito obrigado.
Natal
Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste Inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
Miguel Torga
In Antologia Poética, 1999, D. Quixote, Lisboa
2 Comments:
q paisagem tao bonita!
Obrigado, filhota.
beijo
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