As eleições em Lisboa (I)
Quase que passei ao lado da campanha eleitoral para a autarquia lisboeta. E só, hoje, por volta das 20.15, é que comecei a assistir às previsões dos resultados. Até que, às 20.30 horas aparece nas televisões o "seminarista-mor" da República. Francisco Louçã, esse mesmo. As primeiras afirmações confundiram-me! O discurso do homem contradizia tudo o que as sondagens indiciavam. Afinal, ia haver um "terramoto político nas direitas" e o Zé Fernandes tinha obtido uma grande vitória. É preciso descaramento. A leitura que faço é bem diferente:
- A primeira vitória, preocupante, é a da abstenção. Mais de 63% de eleitores mandaram os candidatos à fava, a todos, sem excepção.
- Por ter maior número de votos, António Costa pode cantar vitória. Muito longe do que os estudos de opinião previam, alguns apontando mesmo para o limiar da maioria absoluta, conseguiu 30% na votação; Chamar-lhe-ia uma vitória de Pirro.
- Pesadíssima derrota do PSD. Com um candidato cinzento, sem qualquer carisma no eleitorado social democrata, mal preparado para os debates onde interveio, vai contribuir para o esvaziamento político do próprio líder que, a partir de agora, vai estar sob fogo cerrado dos "candidatos a candidatos" a presidentes do PSD.
- Derrota do Bloco de Esquerda e do "socialismo democrático !!!" (palavras de Louçã) e do Zé. Porquê? Com o estado calamitoso a que chegou a Câmara de Lisboa, com os escândalos que a fragilizaram, esperava-se muito melhor desta candidatura. Não é de somenos importância referir que o Zé anda em campanha eleitoral há mais de 2 anos. O que fez ele durante este tempo todo, a não ser conseguir tempo de antena na imprensa e fazer passar a sua mensagem? Obter um resultado de 7,5% é muito pouco para tanto berreiro!
- Resultados razoáveis, em certa medida, meias-vitórias de Helena Roseta, Rúben de Carvalho e Carmona Rodrigues, sobretudo deste último que, insistindo num discurso de vitimização, conseguiu um resultado que nunca esperei.
- Derrota para o candidato do CDS e para Paulo Portas, que se envolveu a fundo no seu candidato. A demagogia tem limites.
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