26.9.07

As grelhas de avaliação dos professores (I)

O ministério da educação enviou para os sindicatos as novas grelhas de avaliação dos docentes, ainda em fase de discussão. E, como era de esperar, constituem um documento que causa perplexidade e preocupação, até mesmo aos que fingem andar distraídos. Efectivamente, este processo de avaliação abre as portas, como já tenho referido noutras ocasiões, ao compadrio, às injustiças, para além de conter itens de difícil validação.
Hoje, citarei, apenas, alguns exemplos:
  • Como "medir" a evolução dos resultados escolares dos alunos no ano/disciplina face à evolução média pelos alunos da escola?
  • Como comparar os resultados das classificações nas provas de avaliação externa com os resultados da avaliação interna?

Que pretende o ministério? Que o facilitismo se instale e comece a haver uma inflação de "boas" classificações? Como comparar coisas que são, de todo, incompatíveis?

Em relação ao abandono escolar, o ministério propõe esta pérola:

  • O docente empenhou-se activamente na prevenção do abandono escolar e deu um contributo significativo na definição de estratégias para a sua redução?
  • O docente empenhou-se na prevenção do abandono escolar e deu um contributo para a sua redução?

No primeiro caso, o docente será pontuado com 4 pontos; no segundo com 3 pontos. Outras pontuações são possíveis, dependendo do empenho.

Que critérios objectivos estarão na base desta decisão? Acordará o presidente do conselho executivo bem disposto num dia e será benevolente? Ou assobia para o lado e pontua todos os docentes com a mesma pontuação?

Ou muito me engano, ou ainda vou ver alguns colegas a calcorrear praças e cafés, bater à porta de pais estupefactos, à procura dos foragidos, agarrá-los pelo "cu das calças" e a sentá-los, firmes e hirtos, nas cadeiras da sala de aula...

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1 Comments:

Blogger vm said...

É, este ME não pára de nos surpreender com a asneirada que vai inventando.
O que também me continua a intrigar/inquietar é a quietude dos que vão sofrer na pele todas estas barbaridades ...
Não há dúvida que somos um povo pacífico ...

26/9/07  

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