O nervosismo de Sócrates
O governo encontra-se, sensivelmente, a meio do mandato. A novidade do poder e o perfume que isso acarreta esfumam-se cada vez mais. Não se estranha, por isso, o crescente nervosismo dos governantes e o clima autista em que parecem viver. Só assim se explicam as reacções intempestivas de que dão mostras.
Perante o crescente aumento do número de desempregados, Sócrates desvaloriza-o, desmente-o e mantém a ilusão de cumprir a promessa eleitoral de criar 150 mil empregos durante a legislatura.
Confrontado com manifestações hostis à política governamental, manda as polícias vigiar, identificar e ameaçar. O anterior discurso, politicamente correcto, " vivemos num país onde os protestos são legítimos" , é substituído pelo velho chavão: "estão ao serviço do partido comunista."
Cada vez mais descrente em resultados positivos na sequência de políticas cegas e mal justificadas, enreda-se o governo em promessas mirabolantes e de resultados incertos. Não admira, portanto, que leve a cabo acções propagandísticas para o que conta com uma imprensa bajuladora - nomeadamente a RTP - e com uma oposição inexistente ou desacreditada. Daí o lançamento da companha de computadores para alunos e professores a preços supostamente invejáveis; os milhões a investir em barragens; as somas astronómicas a investir em obras públicas como o TGV e OTA.
Entretanto, a classe média vive cada vez mais asfixiada com o empréstimo à habitação e com a subida em flecha dos bens de primeira necessidade, os mais pobres vegetam e os ricos e novos-ricos florescem à custa da especulação e das benesses que o poder político lhes concede.
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