O discurso de Cavaco no 5 de Outubro
- foge aos lugares comuns, tão habituais em época de "sound bytes" e de propaganda.
"Referi também, há precisamente um ano, neste mesmo lugar, os ideais cívicos do republicanismo, enaltecendo a dimensão ética da cultura republicana e as exigências daí decorrentes, nomeadamente no que respeita à responsabilização dos titulares de cargos públicos e ao combate à corrupção." (...)
"Não por acaso, a Primeira República foi um período em que se destacaram notáveis pedagogos, em que foram lançadas iniciativas inovadoras, como as escolas-oficinas, ou aprofundados projectos educativos, como o dos jardins-escolas."
- centraliza grande parte do discurso na educação.
"De acordo com os dados do recenseamento populacional de 2001, 45% da população entre os 18 e os 24 anos não foi além da escolaridade obrigatória nem frequentou qualquer curso de formação profissional. (...) Nesta ocasião, gostaria de propor aos Portugueses um novo olhar sobre a escola, sobre um modelo escolar construído à luz da ideia de inovação social. (...) Temos, de facto, de adoptar uma nova atitude perante a escola. Temos de perceber que aí residem os activos mais importantes do nosso futuro."
- critica um certo laxismo dos pais e encarregados de educação.
"Preocupamo-nos em cuidar dos nossos filhos no plano material, mas é frequente julgarmos que a educação, o bem mais importante e decisivo para o seu futuro, é tarefa que compete sobretudo a outros. Muitos continuam a encarar as escolas como «fábricas de ensino», para as quais enviam os filhos e aí depositam por inteiro o trabalho de os formar para o futuro. A primeira grande interpelação deve ser feita aos pais: de que modo participam na educação dos vossos filhos?"
- valoriza o papel do professor ( Ah, há quanto tempo não ouvia (lia) isto!!!)
"Esse envolvimento pressupõe também, como é natural, que a figura do professor seja prestigiada e acarinhada pela comunidade, o que requer, desde logo, a estabilidade do corpo docente. É também necessário compreender que, em larga medida, a dignidade da função docente assenta no respeito e na admiração que os professores são capazes de suscitar na comunidade educativa, junto dos colegas, dos pais e dos alunos. A comunidade envolvente deve apoiar os professores na sua missão. O combate ao abandono ou ao insucesso escolar, por exemplo, não pode ser empreendido apenas pelos docentes."
Etiquetas: educação, portugal, presidente da república
3 Comments:
Ó VA,
finalmente estou (quase) de acordo. Eu, que nem simpatizo "com a personagem". Eu que nem simpatizo com esta república.
...Veremos se "a personagem" não troca um dia destes a posição deste discurso pelo apoio a um governo que não é propriamente dado a "valorizar o papel do professor".
Desta vez dou-te um abraço amigo. Ou preferes um fraterno?
O discurso referido foi citado e parcialmente aplaudido no coliseu dos recreios, hoje. Foi o insuspeito Carvalho da Silva quem o fez...
Sócrates continua a vociferar asneirada e a sinistra esteve calada/ausente.
É caso para dizer, valha-nos Cavaco Silva... :-))
Ouço este discurso há bastante tempo, mas talves vocalizado por pessoas menos importantes e, assim não tem valor. Dito por um PR aumenta os déciBeis.
Enquanto não se valorizare o resutado académico ou profissional e se continuar a preferir mão de obra barata o discurso será em vão.
ex.:Um candidato com licenciatura não é aceite em detreminada função porque tem habilitações a mais , obriga a vencimento mais elevado e tem maior cacidade reivindicativa...
Enviar um comentário
<< Home