A banalização da Morte...

acabei de dar um passeio por uma esfera bloguista que conheço e a minha atenção recaiu sobre um título de um post que dava conta da morte de uma criança de 6 meses após um ataque palestino.

através deste post podemos conhecer o nome da criança em questão, a sua idade e a proveniência do atacante, acompanhados de uma foto da vítima - que, aliás, não foi a única deste ataque.

os comentários a este post constituem o lado arrepiante da questão pois neles alguns elementos da esfera questionam-se sobre a ausência de comentário por parte de um bloguista pró-Israel chegando mesmo a dizer algo do género " se fosse uma situação inversa não haveriam de faltar comentários e posts de revolta".

reconheço os pontos de vista nesta luta palestina-israelita mas o que na realidade me indigna é a singeleza com que estes temas são tratados quando envolvem a morte de inocentes - e desculpem-me! mas a este ser de 6 meses não tinha sido ainda dada a oportunidade de ouvir a palavra fundamentalismo...

lembro-me que há uns anos houve um que foi classificado como tendo sido o ano da "banalização da morte" tal tinha sido a violência que o caracterizara. depois dele, não se falou mais nisso, passou a ser tudo violentamente igual ao ponto de já ninguém notar quantos, como ou quem.

e depois, isto, naturalmente, assim.

acho que já ninguém consegue lamentar a morte de outro alguém sem o aliar a uma força política, às ideias X ou Y, à nacionalidade A ou B e, em função disso, lamentar ou não a perda.

não interessa a vida em si, na sua característica puramente humana mas antes um "diz-me quem és, o que pensas, e dir-te-ei se mereces ou não morrer" - e reparem que não é viver!

é de novo e ainda a banalização da morte, sem contemplações com idades, sexo ou outros.

a vida humana não nos merece respeito, parece-me...