28.2.08

Ensino - Fel I

a avaliação nunca me preocupou. antes, irrita-me quando considero os verdadeiros motivos que lhe estão inerentes.

assim como me irritam tantas coisas que mexem com o desempenho dos professores e que os obrigam a alcançar níveis de cansaço e de desalento por se verem num mundo construído ao contrário, fruto de quem dita leis sem sair dos gabinetes, descurando o contacto com a realidade escolar, aquela que nós enfrentamos quando concebemos os momentos de uma aula.

relativamente à minha disciplina, Português, salta à vista a extensão do programa e os "considerandos" que, sendo obrigatórios, tornam quase ineficazes as estratégias quando pensamos que estaremos a considerar um universo médio de 28 alunos numa turma, o problema principal...

ora, em geral, cada professor tem em média 5 turmas que, vezes os tais 28, dará um total de 140 alunos. este número representa, para correcção, 140 testes de avaliação, 140 produções escritas, trabalhos que pedimos em média 3 vezes por período. imaginemos que todos os alunos cumpriram o Contrato de Leitura, isso representará 140 fichas de leitura, 140 resumos de obras mais a avaliação de 140 apresentações orais das obras lidas. naturalmente que nunca pedimos só isto e de uma forma geral...

se me queixo do muito trabalho? não, antes da impossibilidade de o realizar com o minímo de qualidade. é que com a carga horária que nos foi atribuída, a permanência diária de um professor numa escola é de 9 horas sendo que o trabalho escolar continua em casa, com a preparação das aulas para o dia seguinte.

a família? já se habituou à nossa presença-ausente...

amanhã, um pouco mais de fel.;)

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