A Frontalidade de Ana Gomes

E, novamente, Guantanamo, uns relatórios de "organizações não governamentais" "preocupadas" com os direitos humanos, a sucessão de Fidel, Kosovo e, claro, Ana Gomes.
Tudo por causa dos vôos da CIA com suspeitos de terrorismo.
Um relatório de organização britânica garantia que os aviões da CIA tinham utilizado aeroportos europeus como escala para, e de, Guantanamo, o que provocou o tradicional berreiro dos "defensores" dos direitos dos presos, direito internacional,etc..
Curiosamente, ao lado de Guantanamo há um país-ilha-prisão que passa completamente ao lado destas notícias; é um exercício de contorcionismo "informativo" inimitável conseguir falar de Guantanamo sem uma palavra sobre os prisioneiros políticos de Cuba.
Mais: na hora de câmbio(?) de Fidel para Raúl quase ninguém descreveu a realidade: ditador. Para Cuba, Coreia do Norte, Líbia,Birmânia,e por aí fora é uma palavra-tabú! Proibido escrever!
Este blog tem homenageado com frequência os heróis cubanos que lutam pela liberdade, democracia e esquecimento: exactamente para não esquecer a memória da tirania, mais um link:
http://www.payolibre.com/presos.htm

Ana Gomes apareceu num programa de debate na RTP2 defendendo com entusiasmo a independência do Kososvo e - imagine-se - a intervençaõ militar da NATO contra a então Jugoslávia, país independente e soberano, membro da ONU, em 1999!
Qual direito internacional, soberania dos estados, resoluções do conselho de segurança da ONU: nada.
Aliás, posição comum a Guterres, então primeiro-ministro, Soares e outros.
Guterres, como se sabe, até explicou/ensinou na A.R. porque o assunto não se discutia no Conselho de Segurança da ONU: para evitar o veto da Rússia!!!
No Iraque, o Conselho de Segurança da ONU aprovou cerca de dezena e meia de Resoluções condenando Saddam e o Iraque por causa da não colaboração com os inspectores da ONU na averiguação da existência de armas de destruição massiça.
No caso da Yugoslávia, não havia condenações do Conselho de Segurança da ONU.
Condenar a invasão militar do Iraque e defender a intervenção militar na Yugoslávia por políticos, comunicação social e povo em geral, muito frequente no Ocidente( convém comparar o que se escreveu e disse em 1999 e 2003), só demonstra como a lama da hipocrisia suja muita gente até à raíz dos cabelos.