14.3.08

Avaliação de Professores (IX)

Excelente crónica de Filomena Mónica no jornal Meia-Hora.

  • Alguns comentadores que respeito têm defendido a avaliação proposta por Maria de Lurdes Rodrigues com base em que é preciso acabar com a bandalheira que se vive nas escolas, a qual teria contribuído para que o país apareça num lugar vergonhoso nas estatísticas internacionais. Para eles, alguém que diz, com ar firme, ser necessário avaliar os professores tem necessariamente razão. Mas avaliar professores é diferente de emitir juízos sobre empregados de empresa, funcionários públicos ou gestores de topo. Nestes casos, há objectivos definidos – vender cadeiras, carimbar papéis ou arrecadar lucros – o que não se passa no caso das escolas. Estas servem para transmitir conhecimentos e, numa perspectiva optimista, contribuir para a formação de homens e mulheres mais cultos, o que não é mensurável. A visão mecanicista da escola – como se de um conjunto de peças de Lego se tratasse – é errónea. Há ainda – e isto é crucial – o problema da competência pedagógica. É fácil conferir se os docentes faltam, se chegam atrasados ou se corrigem os testes. O mesmo se não pode dizer dessa qualidade, mais ou menos mística, a capacidade para ensinar, que as faculdades de Ciência da Educação – uma das pragas dos tempos modernos – são supostas transmitir. Não é através da observação directa, nem, muito menos, de grelhas imbecis que lá se chegará. Depois de ter assistido à manifestação de sábado – sim, fui lá, embora na qualidade de repórter – discuti a questão com algumas pessoas. A maioria estava atónita que eu, desde há muito vista como uma meritocrata a outrance, defendesse aquela cambada de preguiçosos manipulados pelos sindicatos. Além de isto ser uma caricatura, é irrelevante. O que está em discussão não é a existência de maus professores, mas se é possível detectá-los com a engenharia que a ministra montou.
    Não, não é.

Etiquetas: , ,

3 Comments:

Blogger MEU DOCE AMOR said...

Não há comentários?

Falo com mãe.

Estou farta de folclore...por causa das reformas sucessivas e sem sentido prático,eu como enc.de educação,fartei-me.

Tenho gostado do trabalho dos professores que têm ajudado as minhas filhas,sobrinhos e primos.Não tenho razão de queixa,pelo contrário.

Deixem os professores fazer o seu trabalho e deixem os alunos aprender com dignidade.Não cansem e chega de experiências,senhores governantes.Já nem sei o que fazer com tanto papel que recebo da escola.

Basta.Muito sinceramente,basta.

14/3/08  
Blogger Vítor Amado said...

meu doce amor:obrigado pelo comentário e,sobretudo,pela solidariedade.

14/3/08  
Anonymous Anónimo said...

Eu fui aluna até bem pouco tempo, deixei o secundário em 2000 e passei o ensino superior.
Não conheço, de todo, que tipo de avaliação pretende fazer para avaliar os professores.
Mas qualquer que seja o método, será injusto; é impossivel avaliar um trabalho tão subjectivo, com tantas variáveis.
Existem excelentes professores, também existem péssimos, saber distinguir....problema "bicudo". Solução não tenho, mas professores revoltados desmotivados não ajuda nenhum aluno.

olhando infinito

14/3/08  

Enviar um comentário

<< Home