15.11.08

Triste país

Com tempo muito limitado para uma leitura dos jornais, não deixo, contudo, de me espantar com o que alguns comentaristas da imprensa vai dizendo. De Sousa Tavares a Emídio Rangel.
Perante os disparates que vão dizendo, em tom doutoral, apenas me apetece citar Eça de Queiroz, pela voz de Carlos da Maia, de Os Maias, que, após dez anos fora, regressa ao país e, em tom mordaz, afirma


- Isto é horrível, quando se vem de fora! - exclamou Carlos - não é a cidade, é a gente. Uma gente feiíssima, encardida, molenga, reles, amarelada, acabrunhada ...

- Todavia Lisboa faz diferença - afirmou Ega, muito sério. - Oh, faz muita diferença! Hás-de ver a Avenida...Antes do Ramalhete, vamos dar uma volta pela Avenida.

(...) E Carlos reconhecia , encostados às mesmas portas, sujeitos que lá deixara havia dez anos, já assim encostados, já assim melancólicos. Tinham rugas, tinham brancas. Mas lá estacionavam ainda, apagados e murchos, rente das mesmas ombreiras, com colarinhos à moda.

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1 Comments:

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12/5/13  

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