24.12.06

Paganização do Natal


Muito se escrito e dito sobre a paganização do Natal, o consumismo, etc…, e a conversa é por demais conhecida.
Mas estamos a assistir a algo de muito pior do que a paganização de uma festa religiosa, que ainda era a homenagem que o vício pagava à virtude.
A própria palavra Natal está a ser progressivamente banida, em nome do respeito pelos que não nasceram nem cresceram com raízes cristãs. O ano passado – pela primeira vez na história dos Estados Unidos – o presidente Bush não desejou aos seus compatriotas “Happy Christmas”, mas “seasons greetings”. Em Inglaterra, o “politicamente correcto” agora é designar a quadra por “winterval”. Como de lá nos vêm os exemplos, calculo, sem excessivo pessimismo, que dentro de dez anos qualquer termo com directa ou indirecta referência a Cristo ou à Natividade seja abolido ou se confine a esferas estritamente privadas. Simultaneamente, qualquer alusão menos respeitosa a crenças alheias será rigorosamente vigiada e punida. O que está em causa não é uma guerra contra a religião ( como sucedeu, por exemplo, nos tempos da revolução francesa ou soviética ), mas contra uma cultura, assumindo-se a nossa como culpada ou a cultura culposa. Se ela o foi, ou se ela o é, é a nossa cultura e a culpa sempre morre solteira. Ajoelhamos perante valores alheios e cuspimos nos nossos. Mais algum tempo, mais alguma abdicação e, quando olharmos para trás, crentes ou agnósticos, não ficou nada. Ficou o vazio. Outros o ocuparão. Para essa invertida colonização caminhamos a passos largos com alarve inconsciência. Não será bom de se ver e muito menos de se viver. Até lá, Bom Natal.
Excerto da crónica de João Bénard da Costa, in jornal Público de 24/12/2006

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não me parece que João Benard tenha razão. Aparte o "episódio" que refere, aquilo a que massivamente continuamos a assistir é à colonização cultural que o chamado ocidente (com os USA à cabeça)impõe aos "infiéis", dentro de fronteiras e fora delas.
Alguns exemplos, de entre os mais óbvios: Michael Jackson (e outros afro-americanos) já é mais branco do que eu próprio, os japoneses pintam os seus belos cabelos negros de amarelo para imitarem ídolos ocidentais, os filmes mais vistos em todo o planeta são yankees tal como o Mc Donalds e a Coca cola e o "guardião" planetário da "democracia" continua a ser os USA com a ajuda, em bicos de pés, da UE.
Perante isto, abolir o merry christmas é nada. (não estou a dizer que devamos "abrir as pernas" aos muçulmanos, apenas quero salientar que os coitados se hão-de auto-destruir com o fanatismo que pofessam - de certo modo tal já aconteceu aos cristãos...)

Boas festas pessoal

25/12/06  
Anonymous Anónimo said...

Desculpem, o anónimo anterior é o vitor m.

25/12/06  

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