23.12.06

Natal

O Meu Natal



A noite de Natal. Em meu país, agora,
O que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia,
À luz das velas, ou à luz duma candeia,
Entre risadas de crianças e cristais
(De que me chegam até mim só ais, só ais!).
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
Pondo de parte ódios, torturas, aflições,
Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
São todas em redor de uma toalha de linho!


António Nobre, in Poesia Completa, 1867-1900
D.Quixote, Lisboa, 2000

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