21.1.07

Notas soltas...

Ontem à noite dei uma saltada a Tondela, ao ACERT. Assisti a dois bons espectáculos. Primeiro, a representação da peça DUAS HISTÓRIAS DE SOLIDÃO. DUAS HISTÓRIAS A SÓS. Excelente. Sobretudo, a interpretação Ruy Malheiro, a partir do texto de Jaime Rocha, O mal de Ortov.
De seguida, no café-concerto, a música com raízes africanas de Guto Pires. A polifonia das suas criações com sabor aos ritmos quentes de África.
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A Livraria da Praça vai fechar. Espaço diferente no panorama cultural de Viseu, aguentou, estoicamente, dois anos. Nomes grandes da cultura e das artes passaram por lá. Tertúlias animadas, debates sempre interessantes e diversificados. Por dificuldades económicas, anuncia-se o seu fim para Março.
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Este senhor, Miguel Sousa Tavares, é dos mais conhecidos comentaristas da nossa praça. Julga-se, até, dono da verdade, sobretudo, pelo tom sentencioso e (auto) convencido, com que fala ou escreve. Sobre Educação, quase só profere disparates. Na edição de ontem do jornal Expresso, no entanto, não posso deixar de concordar com o que, a determinada altura, escreve.
  • Que grande parte dos portugueses ache que Salazar e Cunha são dos maiores entre nós, explica a razão pela qual somos actualmente o mais atrasado país da Europa.

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"Por que é que nós protegemos os ninhos de cegonhas, os ovos das espécies em extinção, por que é que é crime fazer download de músicas da internet e não protegemos aquilo que há de mais vital em nós?" A pergunta foi lançada ontem pela psiquiatra Margarida Neto, defensora do "Não" à despenalização do aborto, no colóquio promovido pelo PSD, no Centro Cultural de Belém.

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A coordenadora da Sub-Região de Saúde de Faro dirigiu um apelo aos seus subordinados com vista à recolha de assinaturas a favor da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), posição que defende publicamente.O pedido foi enviado anteontem em horário de expediente (11.02 horas) aos directores de vários centros de saúde do Algarve, com a indicação de que as assinaturas teriam de lhe ser remetidas "até ao fim do dia". Lurdes Guerreiro utilizou o endereço electrónico do seu serviço e assina na qualidade de "coordenadora da sub-região". A responsável confirma o envio do e-mail, mas garante não ter agido de má-fé.

8 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

Miguel Sousa Tavares é tão parvo, mesmo que por razões diferentes, quanto a psiquiatra Margarida Neto. Mostra o primeiro que, quando fala/escreve, fala a ignorância; mostra a segunda que é burra ou de má fé (ou ambas as coisas).

Não admiro Salazar, admiro mais Cunhal (no domínio da estética, por exemplo, é uma autoridade), mas, gostando-se ou não, trata-se de duas grandes personalidades portuguesas. Por boas e/ou por más razões (isso é outra estória).

Defender o "Não" (ou o "Sim") com metáforas é o pior serviço que se pode fazer à defesa de qualquer posição. A despenalização do aborto é demasiado séria para ser tratada deste modo leviano; porque há argumentos sérios, tanto para uma posição como para a outra, "argumentar" como "argumenta" a senhora, insisto, só pode ser sinal de burrice (infelizmente os colóquios estão cheios de tais espécies) ou de má fé. Em qualquer dos casos, pouco recomendável.

Também pouco recomendável, a iniciativa da coordenadora. Faz lembrar a missa do outro (do director-geral dos iumpostos): como se vê, a insensatez grassa por aí...

21/1/07  
Blogger Amenophis said...

Concordo com o que o ai.meu.deus disse. Quanto à Coordenadora da sub-região do Algarve está no seu direito, pois além de muitos outros argumentos, deverá votar-se sim por uma questão de saúde pública.

21/1/07  
Blogger Vítor Amado said...

claro que tens razão num ponto, gomes. Os argumentos de um lado e de outro, muitas vezes, roçam o inqualificável. No caso, eu entendo a referida metáfora e concordo com ela. São pontos de vista.
Quanto ao outro comentarista, um comentário tb. A senhora pode tomar as posições que entender, individualmente. O problema aqui em portugal é que se aproveitam dos cargos que ocupam para influenciar e pressionar.
"indicação de que as assinaturas teriam de lhe ser remetidas "até ao fim do dia" - esta frase da senhora é anedótica! Então, num serviço público anda-se a pedir aos funcionários (quantos estarão a recibos verdes, por exemplo...)
para assinarem petições a favor ( ou contra) seja lá o que for?
O que terá feito essa senhora, (no cargo que ocupa) para dar cumprimento ao que a actual lei já consagra no que à interrupção da gravidez diz respeito?
abraço.

21/1/07  
Blogger Ai meu Deus said...

Ó vm,

concordas com ela (a "metáfora") porque te convém, não? é que um argumento por analogia só é válido se os termos da analogia forem suficientemente... análogos. O que não acontece no caso. Se não tenho razão, mostra-o (não basta afirmá-lo).

Abraço do

Ai meu Deus

21/1/07  
Blogger Vítor Amado said...

num post que durante a próxima semana farei, vou te explicar mais fundamentadamente a minha posição. a minha divergência contigo, segundo li no teu blog reside nisto:

Apesar de o feto com menos de 10 semanas ser considerado vida humana reunir um largo consenso entre os cientistas, não reúne consenso a definição do momento a partir do qual se considera que essa vida humana é uma "pessoa".
abraço

22/1/07  
Anonymous Anónimo said...

Com tanto recuo na definição do que é vida humana não tarda estamos a não puxar o autoclismo quando nele vertemos o sémen masculino. E que fazer da menstrução, "aborto natural"?
Esta é uma discussão sem fim, e a votação deveria ser reservada a mulheres, já que é do corpo delas que se trata...

22/1/07  
Blogger Vítor Amado said...

Lamento, vitor m...
não concordo contigo.
a mulher(e o homem) não dispõem do corpo a seu bel prazer
abraço

22/1/07  
Anonymous Anónimo said...

Não há dúvida que a Dra Margarida Neto acertou em cheio, e por isso é que as reacções foram insultuosas!!
Os pretensos iluminados e "progressistas" dão mais valor ás preocupações ecológicas do que à vida humana!Esta é que é a verdade.
Muito Bem Dra Margarida Neto!
Esse argumento deixa os defensores do sim sem defesa, por mais golpes de rins que possam dar.

23/1/07  

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