13.2.07

Ainda o referendo

O referendo do passado domingo merece-me mais uns breves comentários. A vitória do SIM foi incontestável. Ganhou em quase todos os distritos, aumentou a percentagem em todos os distritos em relação ao último referendo. A campanha do SIM revelou eficácia e a mensagem insistente na despenalização da mulher e pondo de parte outros aspectos ( note-se o “desaparecimento” do ministro Correia de Campos que deixou de falar nos custos para o de serviço nacional de saúde…) convenceram as pessoas. Pelo contrário, o NÃO aparecia muito mais dividido, com algumas franjas a roçarem um radicalismo que apenas prejudicou. Parabéns, portanto, ao SIM, e que as mulheres possam ser as únicas(?) beneficiárias da implementação da lei.
  • Alguns comentários mais radicais, ou menos esclarecidos, têm atacado a Igreja pelo empenho que revelou, pelas posições que tomou. Pelos princípios em que assenta a sua doutrina, não se esperaria outra coisa que não essa. Ainda ontem o Papa referia que a “justiça humana não se pode sobrepor à justiça divina”. Daí até se afirmar que os padres quase levaram pelas orelhas as “beatas” à mesa de voto vai uma grande distância. Basta verificar as percentagens de abstenção nos meios rurais do norte e centro para comprovar a falsidade (maldade) dessa afirmação. É curioso constatar que não se comentem os resultados do SIM em distritos como Beja, Évora ou Setúbal. Com valores a ultrapassar, em média, os 80% a favor do SIM, aqui não se fala em manipulação, em “pessoas menos esclarecidas”, em seguidismo “ religioso”. Concelhos como Aljustrel ou Alcácer do Sal votaram 90% SIM. Nem faço mais comentários…Cada um retire as conclusões que quiser.

  • Outro aspecto menos falado tem a ver com a posição dos partidos políticos. O único que não tomou posição oficial foi o PSD. Significativo da pluralidade de opiniões, o facto de cerca de 30 deputados terem tomado posições a favor do SIM. Quando se fala em unanimismo da chamada Direita, aqui está um exemplo a desmentir essas mentes pseudo iluminadas. A este propósito, onde estavam os deputados PS do meu distrito, como José Junqueiro ou Miguel Ginestal, que em 1998 se fizeram ouvir a favor do NÃO (as costas estavam protegidas por Guterres…) e agora, que eu visse ou ouvisse, entraram mudos e saíram calados. O lugarzinho….o tachinho…

  • Como se previa, a guerra começou. As intenções em abrir clínicas privadas aí estão. O negócio parece ser chorudo. Aí, no segredo das quatro paredes, não haverá objectores de consciência, nem listas de espera. O vil metal falará mais alto.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vítor, não posso concordar com a comparação que fazes entre o caciquismo do não (religioso) e o do sim (político-partidário).
Entendamo-nos, a terem existido, são ambos condenáveis e infelizmente têm muitos seguidores. Contudo parece-me que o do sim é menos violentador de consciências e crenças do que o outro (sou suspeito, voltarei a isto...)

14/2/07  
Blogger Vítor Amado said...

Olha que não....olhe que não...
os velhinhos do alentejo vão todos, em fila, votar no que no que o cacique PC lhes disser...

14/2/07  
Blogger Amenophis said...

VA, discordo completamente do teu último ponto.
O "negócio chorudo" já existe. Só que na clandestinidade. Trata-se de o trazer á superfície e. talvez mudar os protagonistas.
Quanto aos dois senhores que referes, não podia estar mais de acordo. Só que não estiveram calados. Junqueiro manifestou o seu voto no SIM. Acho que é uma espécie de Zita Seabra, ao contrário.Não esqueço os seus dois votos contra na Assembleia da républica em 1998. Eu tenho memória.

14/2/07  
Anonymous Anónimo said...

Os senhores deputados irao continuar a recolher os frutos de quem opta por não tomar posição. A tomada de posição nem sempre é fácil, como em tudo na vida acarreta vantagens e desvantagens, sendo que a quantificação das mesmas nem sempre se vislumbra a curto prazo, é aqui que se distinguem os grandes dos pequenos, os que não hesitam em manifestar as suas convicções e ideais dos camaleões que se vão procurando adaptar á evolutiva vegetação da selva.

Há os que ganham e os que perdem eleições!

14/2/07  
Anonymous Anónimo said...

O sim teve uma grande ajuda dos meios(financeiros, em especial) do governo, ou seja, dos nossos impostos--vide os cartazes do PS-- de todas as televisões( a SIC notícias atingiu a paranóia do facciosismo), das rádios-excepto a RR k foi honesta- de todos os jornais,etc.
Quem tiver dúvidas k se dê ao trabalho de os reler ou ouvir.
Claro k, como sempre, a intolerância da esquerda não quer ver isto.
Parabéns, portanto, ao NÃO k contra tudo e todos teve os votos k teve.

14/2/07  
Anonymous Anónimo said...

EX. Num dos canais de TV, um bloquista(José m.Pureza) disse na noite das eleições k era 1 grande vitória, blá, blá, porque 6 em 10 portugueses tinham votado sim.
Como os média andam com o BE ao colo ninguém explicou ao ignorante e demagogo k 6 em cada 10 não tinham votado e k os outros 4 é k se tinham dividido.
Aliás os debates foram tão doentiamente facciosos k no dia 9 à tarde a TSF fez um com 1 participante pelo não(dr. Daniel Serrão) e 5ou6 pelo sim!!!
Claro k o dr. Daniel Serrão sabe mais a dormir k os outros acordados, mas isso não conta.

14/2/07  
Anonymous Anónimo said...

E temos depois a mentalidade arcaica e jacobina contra a ICAR!!!
Os k se julgam evoluídos e k não passam de uns frustados e recalcados k disparam contra a ICAR PARA SUBLIMAR AS FRUSTRAÇÕES!
Querem calar a ICAR porque ela tem razão!
Desiludam-se! Vejam o exemplo dos países de Leste e da URSS:coacção, perseguição, tortura, mortes,etc. e o Cristianismo ficou mais forte!!!E não é só a Polónia(se era isso k estáveis a pensar...)
A vossa sorte é k a tolerância da ICAR permite-vos insultá-la com total impunidade.
Veremos se daqui a 5o anos, com a baixa natalidade dos Europeus de origem, a emigração muçulmana e os filhos dos k já cá estão não dá uma maioria ao Islão-como alguns estudos da UE já prevêem--e os "progressistas" não choram pela ICAR.
Ó Vitor M. k é isso de violentador de consciências?Quem és tu para dizer isso?
Também posso dizer k o Sim (com maior propriedade) violentou consciências ao enganar o povo dizendo que não matavam uma vida, quando todos os estudos científicos demonstram k às 10 semanas há 1 coração a bater.
Experimenta parar o teu coração e vê se continuas com vida!!!Força, coragem. Pois não a tens!!!

14/2/07  

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