Manifesto Anti-Dantas, por Mário Viegas
O grupo do Orpheu, nascido no início do século XX, integrou nomes grandes do Modernismo português, como Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Raul Leal, Luís de Montalvor, Santa-Rita Pintor, entre outros. O objectivo destes vanguardistas era criar uma arte cosmopolita no tempo e no espaço. Por mais diferenças que haja entre si, este grupo identifica-se por um conjunto de factores comuns, a saber: fragmentação do Eu; transgressão dos tabus éticos; nova consciência do mundo provocada pelo poder da Máquina; a recusa de um código linguístico convencional e a descoberta da criação literária como a grande aventura da vida; a busca de uma obra poética que, a par do seu valor estético, apresentasse uma concepção filosófica do Ser; o repúdio pelas ideias feitas, pelo convencional.
É neste contexto que Almada Negreiros publica, em 1915, o Manifesto Anti-Dantas, onde satiriza, de uma forma mordaz, a literatura retrógrada simbolizada na figura de Júlio Dantas.
Vale, portanto, a pena ouvir esse Manifesto, na voz inconfundível do saudoso Mário Viegas.
É neste contexto que Almada Negreiros publica, em 1915, o Manifesto Anti-Dantas, onde satiriza, de uma forma mordaz, a literatura retrógrada simbolizada na figura de Júlio Dantas.
Vale, portanto, a pena ouvir esse Manifesto, na voz inconfundível do saudoso Mário Viegas.
4 Comments:
Acho que o manifesto anti-Dantas é, acima de tudo,um paradigma da intolerância e do totalitarismo "intelectual" normalmente associados aos pretensamente evoluídos,modernistas e progressistas,porque não conseguem conviver com quem pensa ou escreve de maneira diferente.hoje, essa arrogância é,nos termos mais brandos, chamada de "politicamente correcto":só eles é que sabem,é que são modernos,etc.,em suma, incapacidade de conviver com outras ideias, o que faz deles os verdadeiros retrógados!
Ao costa:
O manifesto Anti-Dantas é, isso mesmo, uma pedrada no charco que se vivia na época. Aliás, é significativo que fiquem para a posteridade nomes como Almada Negreiros e outros e ocupe uma nota de rodapé, em qualquer dicionário de literatura, a pessoa de Júlio Dantas. As elites ( e não as confundo com o que elas significaram em determinados regimes totalitários...)têm o privilégio de antecipar o futuro.E abrir caminhos novos, no campo das artes.
Concordo contigo quando referes o "politicamente correcto".
Não subscrevo, de todo, o que anteriormente comentas.
O manifesto anti-dantas é o típico argumento ad hominem. Do meu ponto de vista é a sua maior característica.
Obrigada pelo "Manifesto Anti-Dantas" deu para matar saudades.
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