25.2.07

A corrupção autárquica

O poder autárquico desempenhou e continua a desempenhar papel importante na vida política portuguesa. Num país com forte tradição municipalista, conseguiu suprir, ao longo das últimas décadas, necessidades básicas das populações, esquecidas durante anos e anos pelo poder central. Apesar disso, instituiu, muitas vezes, um caciquismo reprovável e uma teia de poderes paralelos e compadrios que minam a sua credibilidade e são um contínuo desperdício de dinheiros públicos.
Entre muitos outros casos, estes dois exemplos comprovam o que acabei de afirmar.

  • A Câmara Municipal de Ponte de Sor está a ser alvo de um inquérito do Ministério Público. O motivo é o pagamento de milhares de euros gastos em chamadas para linhas eróticas, feitas a partir de um telefone de apoio à presidência da própria Câmara. Não será dificuldade maior encontrar o responsável…Será o município ressarcido do dinheiro gasto? Ou a culpa morrerá solteira, como é costume neste País de merceeiros?

  • Outro caso paradigmático vem denunciado nas páginas do Correio da Manhã, deste domingo, numa entrevista à vereadora Maria José Nogueira Pinto, na Câmara Municipal de Lisboa. Segundo ela, um outro vereador, um tal Sérgio Lipari, terá 32 – TRINTA E DOIS – assessores nos seus gabinetes. É obra! É evidente que não estarão todos ao serviço dos cidadãos, antes como coutada política de um qualquer aparelho partidário.
    Haja decoro!

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1 Comments:

Blogger Amenophis said...

Os dois caso expostos merecem-me a seguinte análise:
No caso das chamadas telefónicas não me parece que a situação seja diferente do uso do telefone oficial de qualquer serviço píblico para fazer uma cahmada privada. Se somarmos o preço de todas as chamadas privadas feitas de todos os telefones de serviçço sem dúvida que ultrapassam o das chamadas eróticas. Aqui apenas deu mais nas vistas, mas o crime e a atitude do prevaricador é a mesma, quer seja uma chamada de 1 período normal ou de 200 períodos de valor acrescentado.
No caso da denúncia de Maria José Nogueira Pinto, sem dúvida que olhando o valor absoluto, este parece absurdo, mas eu gostaria de o ver comparado dentro da câmara e com outras câmaras. Só assim se pode ter uma opinião correcta, e não se julgar que estamos perante algum ataque pessoal ao referido vereador. É que a senhora que acusa, deve pensar que eu sei quantos assessores têm todos os vereadores em todo o país, para poder então concordar com ela que o referido vereador é um incompetente. A afirmação da forma que ela a faz, e na entrevista , constata-se que há um ataque cerrado a esse vereador, não tem grande valor.

26/2/07  

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