Ideologias e dinheiro!
Numa sociedade cada vez mais materialista, a cor do dinheiro acaba por dar razão a muitos que reclamam o fim das ideologias. Por isso, ser-se de "esquerda" ou de "direita" é um conceito cada vez mais redutor e mistificador.
O presidente angolano, eternizado no poder em nome do marxismo-leninismo, acaba de ser acusado de ter beneficiado de um pagamento de 37 milhões de dólares numa conta de dois empreiteiros no Luxemburgo, supostamente relativo ao negócio de venda de armas a Angola, também conhecido por "Angolagate".
A cópia do documento, elaborado por um juiz francês, envolve mais um conjunto de personalidades angolanas, desde ministros a oficiais superiores e diplomatas. Mas não se pense que o tráfico de influências se limita ao universo angolano. Também Jean-Christophe Mitterrand, filho do antigo presidente socialista, e o antigo ministro Charles Pasqua, são suspeitos de terem recebido importantes somas por "baixo da mesa".
Além de Mitterrand e Pasqua, a lista de alegados beneficiários da dupla Falcone-Gaydamak inclui Jacques Attali, ex-conselheiro do presidente Mitterrand, o romancista Paul-Loup Sulitzer, o ex-prefeito do Var (Sul) Jean-Charles Marchiani, o deputado UMP (direita) e ex-magistrado Georges Fenech, além de um antigo conselheiro diplomático de Pasqua.
O vasto leque de personalidades do espectro político deixa muitas interrogações. Onde começam e acabam as ideologias? Até que ponto os velhos conceitos de "esquerda" e "direita" continuam a ser válidos?
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