A doente mental

Há uns dias um jornal diário noticiava que se estimava em 500 mil o número de doentes mentais em Portugal. Esqueceu-se de referir que no topo da lista deve ser colocada a actual ministra da educação. Esta senhora tem feito, ou permitido fazer, coisas inimagináveis.

Como se sabe, decorre, por estes dias, a candidatura a professor titular. Para além da injustiça de seriar os professores em docentes de 1ª e de 2ª categorias, a prepotência com que impôs regras e emitiu esclarecimentos - estaremos para ver se há ou não ilegalidades no processo- ultrapassa tudo o que se tinha visto até agora. O ambiente nas escolas cheira a podre. Não me passava pela cabeça a "caça"aos pontos que se veria a verificar. Por vezes, chega a raiar o patético a gula com que alguns professores tentam recorrer a artifícios para acrescentar mais uns pontos ao currículo. E chegados aqui, a culpa não deve ter apenas um destinatário. Para bom entendedor..

Mas o desnorte desta bruxa que ocupa a cadeira do poder não fica por aqui. Uma estação de televisão noticiava há pouco o modo desumano como uma professora da região da Aveiro foi tratada. Sofrendo de leucemia, com mais de trinta anos de serviço, solicitou a aposentação, o que lhe foi negado. Foi obrigada a regressar ao serviço e a dar aulas em situações-limite. Sem forças para aguentar o ritmo de trabalho, os próprios colegas a ajudavam na leccionação. A uma semana do seu falecimento, foi-lhe, finalmente, concedido o direito à reforma! Apetece citar o Padre António Vieira que, num dos seus sermãos, afirmava:

• "(...)enfim, ainda o pobre defunto o não comeu a terra, e já o tem comido toda a terra."

A desumanidade desta ministra, e deste governo, envergonha qualquer um. Quando é que lhe fazemos o manguito?