O caso Maddie
Tenho acompanhado com alguma regularidade o caso da menina inglesa desaparecida no Algarve. Desde o início algumas dúvidas levantei a propósito da actuação da polícia e dos próprios pais da criança. Estes lançaram-se numa operação mediática sem precendentes, por todo o mundo, criaram um fundo cuja finalidade me pareceu sempre de contornos pouco claros. A polícia judiciária, por outro lado, demasiado tarde colocou a hipótese de homicídio. Daí só ter começado a recolher provas três longos meses após o desaparecimento da pequena Maddie.
Mas o que me parece mais grave, no presente momento, relaciona-se com as chamadas "fugas de informação" que vão inundando os principais órgãos de comunicação social. Se os tablóides ingleses nos trataram como se vivêssemos num qualquer país do terceiro mundo, agora os requintes de sordidez estampam-se na imprensa portuguesa. Quem ler as primeiras páginas fica com uma certeza: os responsáveis materiais pela possível morte da menina foram os seus pais! A opinião pública está, assim, condicionada, devidamente orientada. Condena-se qualquer um na praça pública, informações cirurgicamente passadas para a imprensa levam a esse prévio julgamento. E este caso não é o primeiro nem será, infelizmente, o último. De há muito se cometem barbaridades com acusações muitas vezes infundadas, quando se quer esconder o fracasso de uma investigação ou minimizar os atrasos de uma justiça que tarda em fazer-se sentir.
Etiquetas: comunicação social, justiça
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