O novo ano lectivo
Com o mês de Setembro, iniciam-se as actividades lectivas e retoma-se a colaboração no blog. Foi uma pausa longa, pensada. Por diversas vezes, hesitei em continuar a partilhar desabafos, emoções com os amigos que me visitam. Decidi que ainda vale a pena escrevinhar umas frases e valorizar o lema deste espaço: dizer o que penso, mesmo que isso custe a quem o lê.
Há mais de 26 anos que sou professor. Não me recordo de um Setembro tão negro nas escolas. A desmotivação do corpo docente é uma triste realidade; as injustiças e os atropelos a direitos elementares concretizaram-se na divisão dos professores em carreiras e patamares distintos. Para além de termos uma ministra que quase diariamente agride os professores com medidas e palavras, temos os seus sequazes. Os mais papistas que o papa. Os detentores de pequenos poderes que, inebriados pelo perfume do cargo, esquecem rapidamente quem são e de onde vieram.
No recente concurso para professor titular, não fui provido no cargo. Resta-me, pois, esperar, "aqui parado"! Mas aquilo que sinto como injustiça, não posso calar. Decidiram -ainda hoje não sei bem quem, embora desconfie -que o cargo de subcoordenador de departamento não seria contabilizado para efeitos do citado concurso, facto que me prejudicou sobremaneira. Na minha perspectiva, bastaria saber ler e interpretar os preceitos legais vigentes, bem como a prática diária na escola, para que se procedesse de modo diferente. Assim não quiseram. Do último recurso apresentado, ainda hoje não sei a decisão. Mas presumo que terá a mesma resposta dos anteriores: indeferido.
Que fiquem descansados nos gabinetes bafientos do poder!
Etiquetas: ensino
3 Comments:
VA
fizeste falta, homem!
subscrevo o que dizes, integralmente!!!
Bons olhos te leiam novamente!
Abraço.
Solidário contigo.
Passei de PQND a titular porque calhou ter estado (sem grande convicção) na Ass. de Esc.
Isto é critério para distinguir entre os q passam a titulares e os outros?
Com medidas tão draconianas, poderiam, eventualmente, esperar-se "grandes resultados".
Mas, o que mudou realmente na educação?
Os alunos sabem mais?
Os pais estão mais satisfeitos com a escola?
Os professores são melhores profissionais?
Todos sabemos que a resposta a estas 3 simples questões é NÃO!
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