22.10.07

A Entrevista

Durante este fim de semana grande, parte dos noticiários foi ocupada com a afirmação do Procurador-Geral da República(PGR), ao semanário Sol, de que o seu telefone estaria, eventualmente, sobre escuta. Caiu-lhe tudo em cima. Desde magistrados a comentadores, todos afirmaram que o homem devia estar louco e a demissão seria o caminho a seguir. Realmente o senhor devia ter medido melhor as palavras e saber que há coisas que não se devem nem podem dizer. Se a Justiça, em Portugal, já é encarada como andando nas ruas da amargura e há uma desconfiaça generalizada por parte da população nos agentes judiciais, as afirmações apenas vieram acentuar essa descrença.
No entanto, na citada entrevista, o PGR teceu outras afirmações que deveriam merecer a atenção devida:
  • "Vou fazer uma directiva aos magistrados para darem prioridade aos inquéritos relativos a agressões a médicos e pessoal hospitalar, por um lado, e, por outro, a professores e demais funcionários das escolas. A sensação de impunidade nestas situações tem de acabar. Um miúdo de 15 ou 16 anos que exerce violência sobre o colega ou o professor, e que a directora, porque tem medo, não participa às autoridades, é uma situação tremenda. Cria-se um sentimento de impunidade e o miúdo pensa que é ‘o maior’. Depois contagia outro colega, que também quer ser ‘chefe’ e faz igual. Finalmente, gera-se uma desconfiança no Estado, pois os pais interrogam-se: ‘Então, até na escola?’. Isto parece uma coisa pequenina, mas é muito importante."

Sabendo de antemão que a violência nas escolas é um problema complexo, não deixo de salientar esta preocupação por parte do principal responsável pela aplicação da Justiça no País.

Duvido é que depois do que disse alguém ainda o leve a sério.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

belo blog amigo. parabens

23/10/07  

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