Pobreza Infantil, Pobreza Nacional

Mais uma vez Portugal é notícia. E mais uma vez por razões tristemente justificáveis.

A pobreza infantil nacional apenas foi vencida pela polaca. Novidade? Não, é claro...
Vivemos num País cujo Governo não zela pelos seus cidadãos, contribuintes, trabalhadores, carne e sangue que lhe dá voz e forma. Porque as nossas crianças são vítimas - mais um nível de vitimização, este, mas encoberto - de tudo o que é decidido sobre os seus progenitores.

Despedimentos, aumentos, subida de taxas e de impostos, corte de benefícios relacionados com a saúde, com a educação, com tudo aquilo que faz parte e falta da Vida...

E, imaginem, caso extraordinário, tudo isto se reflecte nas nossas crianças que, imagine-se de novo, são o nosso Futuro: os médicos de que precisaremos um dia, os professores, os técnicos da mais variada espécie e ramo que suprirão as nossas necessidades - creia-se, até mesmo a nossa velhice(?).

Tenho conhecimento de alunos meus que tiveram de desistir de algumas das suas actividades, de comer na escola e aguentar mais um pouquinho para chegar a casa e almoçar... Normal? Onde e quando?

Poderão pensar, contestar que situações assim sempre existiram... menos, sem dúvida; não com tanta gravidade. E depois, não é normal. Penso nos proclamados direitos da Criança, aqueles que começam por Todas.

Seria bom que começássemos a pensar em investimento de carácter humano em vez dos inúmeros cifrões que nos tiram e que vemos voar para o bolso de alguém.

O Futuro está aí e a exclusão social é cada vez mais latente para que nos sintamos membros optimistas, cidadãos de um País.