Tu...
Tapas os caminhos que vão dar a casa
Cobres os vidros das janelas
Recolhes os cães para a cozinha
Soltas os lobos que saltam as cancelas
Pões guardas atentos espiando no jardim
Madrastas nas histórias inventadas
Anjos do mal voando sem ter fim
Destróis todas as pistas que nos salvam
Depois secas a água e deitas fora o pão
Tiras a esperança
Rejeitas a matriz
E quando já só restam os sinais
Convocas devagar os vendavais
Maria Teresa Horta
4 Comments:
Lindo tudo isso, que texto
surreal, pelo menos pra mim.
Cada palavra vai de encontro
com o irreal, de mãos dadas
com o abstrato e escrevendo a história. Um belo reflexo de um sentimento livre, mas guardado a sete chaves.
Adorei Teresa Horta, nessa sua Horta só nascera bons frutos.
Beijo's e obrigado pela visita.
Fica bem.
Repito o que john farias já disse (e não consigo dizer mais): lindo!
(obrigado. não conhecia o poema).
johny
fiquei muito contente por teres apreciado. MTH foi considerada uma das três poetisas malditas pela sua linha erótica tão a despropósito na altura e, diga-se, agora. nos seus poemas o sexo tem nome assim como tudo o que o envolve... afinal, tão natural como o acto em si.
prometo mais, mais dificilmente prometo mais tão inocentes como este. rssss
muito obrigada pela apreciação.
beijinhos para ti.
alma
toino
muito obrigada pela apreciação. para além do que já disse ao johny, é sempre gratificante dar a conhecer e receber contrapartidas em jeito de opinião, de comentário, seja qual for a sua natureza.
por isso, de nada, foi um prazer.
alma
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