China Selvagem
Desprezo ignóbil pela Vida.
A autora das fotos tocou a bébé: ainda estava quente; chamou os bombeiros e a polícia: esta ficou mais preocupadacom as fotos do que com a criança.
Para controlar a natalidade (política oficial chinesa), o governo comunista criou esquadrões do aborto que prendem as mulheres grávidas, que ultrapassam a taxa imposta, até abortarem à força.
Já houve mulheres que foram executadas por se recusarem a abortar.Outras têm mais "sorte":são multadas por 10 mil yuans (sete vezes o salário anual de um camponês), sujeitas a esterilização forçada e proibidas de cultivar terras. Se as mães derem à luz clandestinamente, a família é obrigada a confessar, ainda que sob tortura que pode ir até ao incêndio das casas.As crianças que conseguirem nascer não existem oficialmente:ficam proibidas de cuidados médicos, benefícios sociais e instrução escolar.
A falta de filhos varões é uma desonra nos meios rurais; as meninas são "investimento perdido": é frequente os pais matarem-nas e esconderem os corpos em poços.( ou deixarem-nos na rua como lixo).
A autora ouviu uma assistente social, Wu Hong-li, que desabafou:
"tantas tragédias são ignoradas que sinto vontade de chorar"!
Publicada em "Marie Claire", Junho de 2001, por Abigail Haworth.
Um bem-haja à Isabel Fabião que postou no blog "o livro da vida" do "Sol".
Etiquetas: China, Infanticídio
4 Comments:
Custa-me a crer que isto seja verdade.
Mas afinal que planeta é este?
Um abraço
Custa a crer, sem dúvida!
Masé onde vivemos.
Incrivelmente, a UNICEF também tem culpa nesta situação, por causa do controlo da natalidade.
Há uns anos largos (as fotos são de 2001) fez-se uma reportagem sobre os orfanatos na China e era bem explicada a responsabilidade do Ocidente nesta loucura.
Em Portugal querem que aumentemos a natalidade. Na China só se pode ter um filho e não querem filhas porque são, graças às tradições ainda bem fortes, fonte de despesa e de trabalho - para que casem têm que levar dote e não trabalham para sustentar uma casa como os homens... Dizem eles!
Está a ver por que lhe digo o que já disse atrás? Como quer que os polícias não se preocupem com as fotografias se sabem que elas vão ser usadas para generalizar e denegrir a imagem da China? Não sei como era em 2001, quando a reportagem foi publicada, mas sei que em 2008 tenho andado por algumas ruas da China e ainda não vi crianças nas bermas da estrada. Não duvido que aconteça, mas não acontece em Portugal? Não conhece casos parecidos, embora em Portugal se prefira contentores do lixo? Então agora a loucura das pessoas, muitas vezes por culpa de tradições retrógradas, é culpa do governo?
Sem se perceber uma coisa, não se pode perceber o resto: na Europa fazem-se leis a favor da natalidade porque há falta de nascimentos; na China têm de fazer o contrário porque há gente a mais. Daí que os casais chineses só possam ter um filho. É lógico que assim seja, é ao governo que compete tomar medidas antes que seja tarde. Agora, é um facto que, por causa de tradições retrógradas, há pessoas que matam as filhas. Duvido é que as costumem deixar na estrada, não só porque nunca vi mas também porque não lhes convém que se saiba. Por isso é que, como muito bem diz, os corpos são escondidos em poços, na esperança de que nunca ninguém os encontre.
Se não percebe que este controlo da natalidade por parte do governo chinês é necessário, venha à China e ande na rua a chocar contra os outros para se aperceber de que aqui há um problema de superpovoação. De tudo o resto que diz, sei que há mulheres que são sujeitas a esterilização forçada. Se bem percebi, também o refere para criticar. Mas então o governo (desde que seja chinês) é preso por ter cão e preso por não ter? Se estiver realmente preocupado com a sorte das crianças recém-nascidas, então tem de admitir que a esterilização é necessária. O problema é que vai contra os seus princípios católicos, não é? Mas então qual é a solução católica? Deixar nascer tudo? Vá explicar isso ao governo da China, que tem 1.300 milhões de pessoas sem saber que lhes há-de fazer. Já imaginou o que seria Portugal ter 100 milhões de pessoas, por exemplo? Que soluções preconizaria você?
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