24.6.08

Fecha-me os ombros nas tuas mãos...

os teus olhos fitam o redondo dos meus ombros,

acariciando-os,

enquanto no temor ousado de um gesto os teus dedos vibram no ar,

em gemido,

na procura de um toque.


magicamente,

a alça do meu vestido desliza ao longo dos meus ombros...


de mim.


até ao solo.


afagas os meus braços num gesto estudado por um desejo já sem tempo.


puxas-me para ti.


o resto são as palavras de uma vontade tolhida pelo tempo,

outrora sussurradas na distância,

mudas agora pela fremência das tuas mãos sobre mim.


e sinto-te princípio e fim de mim,


em mim.


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