7.1.09

A polémica do post Israel e o Hamas

Depois deste post, foi deixado um comentário assinado por "Toino do Campo", insurgindo-se contra o teor do mesmo. Dois outros leitores anónimos do blogue acharam por bem responder-lhe. Também por falta de tempo, mas porque me parecem pertinentes os textos, deixo-os aqui, pois sei que muitos visitantes do blogue não lêem os comentários deixados.
Texto 1: "Toino do Campo"
"Já vou dormir mais descansado. Andava inquieto por não encontrar justificação para as ambulâncias estridentes (cheguei a pensar que pudessem ser montagens de vídeo de terroristas), para as crianças feridas (cheguei a pensar que pudesse ser mercúrio vertido por terroristas, para fingir), para as multidões em fúria (cheguei a pensar que fossem pessoas enganadas por terroristas como os professores o são pelos sindicatos).Finalmente encontrei a justificação para tudo aquilo que eu pensei que fossem barbaridades, mas afinal são actos justificáveis. E a justificação está nuns filhos de puta de uns terroristas. Vou dormir mais descansado. Obrigado, VA!"
Texto 2: Anónimo
Ao ilustre comentador que me antecedeu:
"Há árabes a viver em Israel e são cidadãos israelitas com todos os direitos dos israelitas judeus.Em Israel existe um partido árabe com representação parlamentar. Israel não vive à pála de subsídios. O Primeiro-Ministro israelita mete-se em negócios duvidosos e é destituído.O muro entre o Egipto e Gaza não foi nem é notícia de jornal. A queda de um morteiro em Israel não é notícia nos jornais cá do burgo. A queda de milhares de morteiros também não. Em Israel os livros escolares são apenas isso: livros escolares. A tropa israelita está uniformizada e é reconhecível no meio de civis. Os israelitas não se matam uns aos outros. Os quartéis não estão dissimulados no meio de escolas primárias e hospitais. Antes de atirarem uma bomba os israelitas esforçam-se por acertar em alvos estritamente militares.Os presos palestinianos em Israel são libertados ou trocados vivos. As mulheres israelitas casam com quem querem, quando querem. As mulheres israelitas divorciam-se. As mulheres israelitas vestem-se como querem. Em Israel há – pasme-se (!!!!!) – homossexuais! Não há judeus a viver na Palestina nem na generalidade dos países árabes. Os subsídios aos palestinianos são maiores que os subsídios todos já atribuídos à África negra. O Arafat abotoou-se a vida toda com o dinheiro dos subsídios (lembram-se do folhetim que se seguiu à morte dele sobre as contas bancárias?).O único muro mais falado do que o muro de Israel foi o de Berlim...Um palestiniano a atirar uma pedra faz parar as rotativas...Os livros escolares palestinianos – subsidiados pela UE e EUA – estão cheios de incitamentos ao ódio e à xenofobia.Os militares do Hamas dissimulam-se cobardemente no meio de civis como se fossem civis.Os militantes do Hamas matam os militantes da OLP.Os israelitas apanhados pelos palestinianos são torturados impiedosamente até à morte (o que é isso da Convenção de Genebra?). As meninas árabes são casadas aos 4 (???!!!!!????) anos...As mulheres árabes são apedrejadas por adultério até à morte.Há mulheres árabes a quem a polícia prende o véu com pioneses à cara. No Irão – a fazer fé no seu extraordinário Presidente – não há homossexuais. As mesmas pessoas que cá no burgo (Miguel Portas p.e.) pensam que é legítimo atirar morteiros a quem nos ocupa a propriedade, são as mesmas pessoas que não acham razoável sequer, a GNR identificar os vândalos do Verde Eufémia, quanto mais o dono da propriedade do milho transgénico ferrar-lhes com uns zagalotes no pêlo, quando viu a sua propriedade ocupada, como devia ter feito...De facto só não percebe quem não quer perceber.
Com as minhas desculpas ao dono do blog pelo longo post que escrevi."
Texto 3:Anónimo
"Um pouco de História para relembrar as origens do problema israelo-árabe e contrariar a intoxicação da comunicação social. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas. Não foi constituído a partir de terras palestinianas, mas sim a partir do que havia sido o Império Otomano, governado durante 400 anos pelos turcos, que o perderam ao serem derrotados na I Grande Guerra Mundial (IGGM). Não havia um território da «Palestina», à data, pela simples razão de não existir quem reclamasse ser palestiniano. Os árabes que viviam na região da Palestina consideravam-se sírios. Foi só depois da I GGM que os actuais Estados da: Jordânia, Síria, Líbano e Iraque foram criados, e criados também artificialmente pelos vencedores, franceses e ingleses, a partir do Império Turco. A Jordânia foi constituída em 80% do território do que era o Mandato da Palestina (MP), e que originalmente havia sido designado pela Liga das Nações como fazendo parte do lar judaico. Em 1947 o Plano de Partilha das Nações Unidas determinou a criação de dois Estados nos 20% que restavam do território abrangido pelo MP: o Estado de Israel para os judeus e um segundo Estado para os árabes. Estes nunca aceitaram o Estado Judaico. Entre 1945 e 1947, 800.000 judeus foram obrigados a abandonar os seus lares em territórios que se tinham tornado Estados árabes, e onde viviam há centenas ou milhares de anos, numa fuga que não teve grande diferença da nossa descolonização. Israel recebeu todos estes judeus que para lá quiseram imigrar. E porque não foram instalados os 700.000 árabes fugidos à primeira guerra israelo-árabe nas (boas) casas e (boas) propriedades deixadas por estes judeus? Mais: porque razão se recusaram e recusam terminantemente os Estados árabes (com excepção da Jordânia, para alguns casos) a acolher estes árabes?
Ass: Um dos milhares de contribuintes que anda a pagar o forróbódó do pseudo-engenheiro com nome de filósofo."

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2 Comments:

Blogger MSantos said...

Pena é que estas pessoas não se lembrem de uma personagem das mais nobres que a humanidade já conheceu: Itzak Rabin. E de todos os seus esforços para establecer a paz e a ponte entre dois povos semitas, logo irmãos (por muita confusão que isto faça nas cabeças dos ilustres bem pensantes). Conseguiu até, convencer o líder oposto, Arafat, que como muito bem foi referido, com todos os seus vícios e defeitos, era o único verdadeiro líder unificador do povo palestiniano, e sob um ponto de vista laico (isto é, sem impor as aberrações religiosas que o mundo árabe sofre) a sentar-se á mesa e a construirem um futuro juntos.
Itzak Rabin tinha o poder inclusive de mobilizar do seu lado, os notáveis mais moderados como Shimon Perez, ou Ehud Barak.

Mas não!

Tinha de aparecer uma aberração extremista religiosa, na pele de um dito médico para pôr fim a todas estas aspirações e dar novamente a vez aos adoradores da guerra.

De seguida veio o infame verdugo que agora está em coma e numa máxima provocação, com o triste passeio na esplanada das mesquitas, desencadeou todo um processo que levou ao extremismo de ambos os lados, tal como era vontade dos criminosos israelitas e palestinianos.

Nas suas subsequentes acções, Israel não deixou caminho livre nem outra opção aos palestinianos reduzidos á condição de miséria, logo extremismo, senão elegerem os assassinos do Hamas, evidenciando assim que a sua estratégia nunca foi a convivência pacífica com os palestinianos mas sim na sua radicalização para ter todos os pretextos para a sua aniquilação.

Não basta contar uma história no ponto que nos covém. Há que começar pelo princípio.

Cumpts
Manuel Santos

8/1/09  
Anonymous Anónimo said...

Bolas.......estou tão atabalhoada, que só me vem á mente uma pergunta, também atabalhoada:
Será que estamos no lado certo?
Ml.

11/1/09  

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