O exemplo norte-coreano
Há países que raramente são notícia na comunicação social. Sobretudo na nossa. O caso da Coreia do Norte é um exemplo. De quando em vez lá aparece, numa qualquer página perdida de jornal, uma referência, sobretudo para dar conta das excentricidades do seu chefe, o grande Kim Jong II. É o caso da última edição da revista Sábado que refere a importação de coelhos gigantes da Alemanha com o objectivo de combater a fome naquele país asiático. Mas a propósito dessse facto, traz também alguns dados estatísticos. A reter:
- De acordo com o programa das Nações Unidas contra a fome, a grande maioria dos 23 milhões de norte-coreanos passa fome;
- 33 % das mães norte-coreanas estão subnutridas ou sofre de anemia;
- 7 % da população morre à fome;
- 37 % das crianças sofrem de desnutrição;
Dirão que dados semelhantes a estes são comuns em muitos outros países. Mas se olharmos para a região, nomeadamente para a vizinha Coreia do Sul, Vietnam, Singapura e outros, e para o ritmo de crescimento económico de que dão mostras, perceber-se-á melhor que tipo de política se segue no "paraíso" de Kim Jong II. Todos nós já vimos imagens dos desfiles militares organizados e do poderio bélico de que o ditador dispõe. Acrescente-se, ainda, as experiências nucleares e concluir-se-á a razão para a importação de coelhos...
8 Comments:
Bater na Coreia é como bater no ceguinho, já nem dá luta, de tão ridículo ser o seu chefe e absurdas as suas políticas.
Mas não é sobre isso que eu queria escrever. É a "espécie de conclusão" com que termina o post. Gostaria de conhecer a fundamentação teórica e técnica, com dados concretos relativos a este caso e a outros, que permite relacionar a diminuição do número de coelhos devido ao aumento dos ensaios nucleares.
olá, amigo.
a conclusão é evidentemente irónica...
mas podes ler toda a notícia na Sábado, de 25 de janeiro, p.90.
P.S. "bater no ceguinho"
achas mesmo??? há regimes que devem ser desmascarados, sempre, sob pena de se passar ao lado dos horrores que lá se cometem.
Saber e assobiar para o lado não é (nem será) a minha atitude.
bom fim de semana.
Esclarecido VA, mas a ironia é sempre um risco, especialmente quando surge solta num texto mais sério, como foi o caso.
Continuação de bom fim de semana.
sem ironia: o dito cujo senhor deixe de gastar o dinheiro onde não deve, e use-o para suprir as necessidades básicas da população.
São curiosas as "provas" de VA -- já assim foi aquando do texto sobre a biografia "objectiva e rigorosa" de (E)Staline. Funcionam assim: a prova "disto" é um "papel" que fala "disto". No caso da biografia de Staline, é mais "grave": a prova de que a biografia de Staline é rigorosa é... a própria biografia (de modo semelhante, a prova de que a Coreia do Norte é assim é... a "Sábado").
Ora só se pode declarar rigorosa uma biografia se for possível o cotejo da dita com (outros) "documentos originais". Só é possível saber se um texto-sobre é rigoroso, se o confrontarmos com o "sobre" de que ele trata.
Claro que todos funcionamos muitas vezes na base do que lemos. A diferença, contudo, está aqui: há quem aceite cegamente as "provas" de um dos lados, na condição de essas "provas" confirmarem os seus preconceitos. E há quem procure ler de muitos lados, na esperança de que as múltiplas leituras lhe dêem mais rigor.
Pois!...
esss conversa toda para pores em dúvida o que eu digo(disse)? tá bem...acredita lá na propaganda do kim Jong II.Na época de Staline, e mesmo muitos anos depois, ainda (muitos) acreditavam que o país que ela deixara era um oásis.Apesar de Shakarok, de Soljenitsine e outros...Nessa altura, se eu citasse um destes autores tb me respondias que precisava de contraditório...
Ora, bolas para o contraditório!
só mais uma nota: em 1945, Soljenitsine (à época capitão de artilharia, além de físico e matemático) escreveu uma CARTA a um amigo onde denunciava Staline.Foi condenado, sem julgamento, a oito anos de prisão.São factos históricos e comprovados.
Se vivêssemos nessa época, eu acreditaria no teor da carta; tu esperavas pelo contraditório.
Ó VA,
mas tu viste-me (leste-me) defender o kim ou o Stal? onde é que eu fiz essa maldade?
está bem!... supuseste que eu os defendia por os não ter atacado. Mas isso é "na tua cabecinha"! ;-)
Fazes-me lembrar uns tempos idos, quando em Portugal tínhamos um governante que dizia (e actuava conformemente): quem não é POR mim é CONTRA mim. (Já agora... nos filmes, tu és pelos índios ou pelos cobóis?)
Abraço do
Ai meu Deus
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