18.11.08

A má imagem...

Há figuras na política portuguesa que, por mais voltas que dêem, não se livram de uma imagem, sobretudo junto da comunicação social. Manuela Ferreira Leite é uma delas. Para além da sua própria figura não ajudar muito, os órgãos de comunicação social fazem o resto. Queimam-na em lume brando. Vem isto a propósito de declarações hoje proferidas pela actual lider do PSD. Primeiro, ouvi a "notícia" dada na TSF, agora vejo-a na edição on line do Público. Questionada sobrea hostilidade que algumas reformas levadas a cabo pelo governo causam nas classe profissionais, a senhora afirmou:
"Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar - porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos".
Depois, em tom irónico, afirmou que
"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...". "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia".
Saltaram logo os moralistas do regime, os intocáveis, os que se julgam donos da democracia, os que se julgam detentores da verdade. Com esse cão de fila à frente, Luís Filipe Meneses.
Pessoas de boa fé evidentemente que sabem a quem se dirigiam as palavras de Manuela Ferreira Leite. A um governo socratino que, no seu autismo, afronta e insulta quem quer e lhe apetece. Haverá sempre os jornalistas "imparciais" a defendê-lo. Notícias como a que eu referi neste post, não merecem honras de primeira página quando são bem mais graves e mostram o carácter das pessoas envolvidas.

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