Aborto (I)
No próximo dia 11 de Fevereiro, votarei não no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG). As razões para tal decisão assentam em múltiplos factores. O primeiro deles é o direito à vida, consagrado na nossa Constituição, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. Hoje em dia ninguém com seriedade intelectual põe em causa que o momento da fecundação marca também o início de um novo ser. Dados científicos mostram que o que define um ser vivo é o seu ADN e este forma-se no momento da fecundação. Durante toda a gestação, nada mais é acrescentado ao embrião ou ao feto. Com os nutrientes fornecidos pela mãe, ele desenvolve os seus órgãos e aumenta o seu tamanho.
A partir do 4º dia após a fecundação, dá-se a nidificação, isto é, iniciam-se os movimentos celulares que originam os diversos órgãos dum ser humano.
Desde a quarta semana, verifica-se o bater do coração. À quinta semana de gestação, o embrião já apresenta movimentos involuntários, o que pressupõe a existência do sistema nervoso central, processo este que só se conclui na adolescência.
Às 10 semanas, há um novo ser humano vivo que pesa cerca de 15 gramas, que tem cerca de 5 centímetros de comprimento, com músculos nos membros, no tronco e na face; tem olhos, orelhas, ouvidos, abre e fecha a boca; nas mãos, já tem as impressões digitais que conservará para o resto da sua vida; o sistema cardiovascular já está desenvolvido e o pequeno coração bate cerca de 175 vezes por minuto.
Portanto, por mais que custe, ou não interesse a alguns encarar esta realidade, aquilo que a IVG faz é matar a vida de um novo ser humano, ser completamente indefeso e à mercê do que os outros lhe queiram fazer.
Neste 1º post, restrinjo-me a razões estritamente científicas. Argumentos de cariz diferente serão aqui expostos nos dias que se seguem.
A partir do 4º dia após a fecundação, dá-se a nidificação, isto é, iniciam-se os movimentos celulares que originam os diversos órgãos dum ser humano.
Desde a quarta semana, verifica-se o bater do coração. À quinta semana de gestação, o embrião já apresenta movimentos involuntários, o que pressupõe a existência do sistema nervoso central, processo este que só se conclui na adolescência.
Às 10 semanas, há um novo ser humano vivo que pesa cerca de 15 gramas, que tem cerca de 5 centímetros de comprimento, com músculos nos membros, no tronco e na face; tem olhos, orelhas, ouvidos, abre e fecha a boca; nas mãos, já tem as impressões digitais que conservará para o resto da sua vida; o sistema cardiovascular já está desenvolvido e o pequeno coração bate cerca de 175 vezes por minuto.
Portanto, por mais que custe, ou não interesse a alguns encarar esta realidade, aquilo que a IVG faz é matar a vida de um novo ser humano, ser completamente indefeso e à mercê do que os outros lhe queiram fazer.
Neste 1º post, restrinjo-me a razões estritamente científicas. Argumentos de cariz diferente serão aqui expostos nos dias que se seguem.
Etiquetas: Aborto
5 Comments:
Com argumentos destes, embora esteja curioso por ver a sequência, só se pode esperar a posição coerente de ser contra o aborto em toda e qualquer situação mesmo em caso de violação ou má-formação do feto nem que esta permita apenas vegetar ao ser que vai nascer.
Estou certo, ou a perícia da retórica permite curvar um bocadinho?
Estou mesmo muito curioso de ver desenvolver convicções taão profundas.
1. INTEIRAMENTE de acordo com o/a amenophis;
2. O "pessoal do não" faz muito questão de usar este tipo de "argumentos": a ciência mostra que... E a verdade é que não mostra nada (a verdadeira questão é filosófica e é filosoficamente que ela se debate). Vejamos:
a) Diz o VA que "hoje em dia ninguém com seriedade [nega que] a fecundação marca o início de um novo ser". Claro! Hoje em dia e sempre, só o negou quem não vê nada "disto".
Só que a questão não está n"um novo ser", está numa nova PESSOA. Não sei se o VA entende a diferença entre estes 2 conceitos, mas não é pacífico que uma nova PESSOA comece no "momento da fecundação";
b) diz o VA que o ADN define um ser vivo. É certo: define qualquer ser vivo. Mas, insisto, o problema não está no SER VIVO (nós matamos todos os dias seres vivos, e até os comemos, sem qualquer escrúpulo); o problema está na PESSOA (e a PESSOA não é definida pelo ADN: sabe o VA o que é que "define" a pessoa?);
c) ...e assim o resto: o bater do coração, os diversos órgãos, o peso, o comprimento, as mãos, o tronco, a face, as sensações, o sistema cardiovascular, o bater do coração 175 ou 17500 vezes por minuto ou por segundo ou por décimo-de-segundo, etc., NÃO PROVAM NADA: qualquer ser animal tem essas características. A questão é esta: o que é que caracteriza uma PESSOA? Ó VA, é que só as pessoas têm direitos/deveres. Quando é que essa(s) característic(s) que define(m) a pessoa está(ão) presentes no novo ser? que provas... o provam?
d) é assim que se discute a coisa seriamente. Sem falsas evidências ("ninguém com seriedade intelectual", diz o VA, como se a seriedade intelectual estivesse só de um lado) e sem apelos a sentimentalismos (no género do ser-indefeso-coitadinho, à mercê do que lhe queiram fazer-coitadinho).
Há argumentos (filosóficos) fortes a favor do "não" (como os há a favor do "sim"). Não apresentem a ciência como prova, porque a prova não está aí. Meu caro VA, as "razões estritamente científicas" não provam nada (a tua cabecinha é que acrescenta... o resto).
À espera dos "dias que se seguem", um abraço do
Ai meu Deus
Pois é, o argumento da vida não pega, como já disseram e muito bem os comentadores anteriores...
Até porque não se (re)conhece neles quaisquer vestígios de, por exemplo, adesão à não violência. São eles os mesmos que defendem guerras que matam inocentes velhos, mulheres e crianças (os eufemisticamente chamados efeitos colaterais), assim sem qualquer pudor.
Se assumirem esta defesa pelo lado da fé (no que quer que seja...) aí dá para compreender, aceitar e, sem reservas, respeitar. Doutro modo parece-me uma imensa hipocrisia.
Para já, só um breve comentário.
Já não é contradição aceitar a despenalização do aborto até às dez semanas; um dia depois já é crime. Mas adiante...
Ó amigo Gomes, sei o que diferencia um ser vivo duma pessoa.
E se criticas alguns dos meus argumentos, não venhas com essa de matarmos e comermos seres vivos. esse é um não-argumento.Outro dia disseste-me que só se pode comparar "coisas" comparáveis; na tua cabecinha tb sabes que comparar o feto humano(ser vivo) com o feto-cão(ser vivo) não passa de uma falácia.
não é falácia nenhuma, VA, a não ser "na tua cabecinha";-). A culpa é tua, e dos defenssores do "não", porque dizem uma verdade à La Palice: que desde a fecundação temos um ser vivo. Claro que temos! Aconselho-te a que alteres essa formulação e digas (embora seja mais complicado defender esta afirmação) que desde a fecundação temos uma PESSOA: neste caso, SIM, já é falaciosa a comparação do "feto-Homem" com o "feto-cão". Fiz-me entender?
O teu argumento, esquematicamente, é o seguinte:
Desde o momento da fecundação, o ser humano é uma pessoa; logo, é um crime matá-lo.
Uma posição destas levaria a ser contra TODO o tipo de aborto, mesmo em caso de violação. "Mas adiante..." ;-). Voltando ao argumento:
1) pretendes "demonstrar" a premissa (a primeira proposição) utilizando dados científicos. Eu levantei esta objecção: os dados científicos NÃO provam nada, porque apenas nos dão dados relativos à VIDA e não à PESSOA. Ou seja, a questão é filosófica. É ou não é assim?
2) SE o ser humano não é uma PESSOA desde a fecundação
(e está por "provar" que seja -- e é mesmo difícil aceitar que seja DESDE O MOMENTO DA FECUNDAÇÃO),
então comparar o embrião humano com qualquer outro embrião que não seja PESSOA é perfeitamente legítimo. Explica lá onde é que está a falácia (tu inventas cada coisa! :-))
3) a questão das dez semanas... tem alguma arbitrariedade, reconheço. Ainda que a arbitrariedade não seja total
(não acrescento nenhum dado científico para apoiar a HIPÓTESE das 10 semanas, já que tu pareces estar muito cientificamente documentado).
Aliás, tudo o que seja datas levanta problemas do género: se estiveres em vias de relações sexuais com uma mulher que tenha 18 anos menos 1 dia, o melhor é esperares pelo dia seguinte...
4) já agora, para a gente melhor se entender, aceita a minha sugestão:
porque é que, sabendo, como dizes, diferenciar um ser vivo duma pessoa, não escreves um textinho sobre o tema? Talvez ao escrevê-lo pusesses em ordem algumas ideias ;-)
5) há um outro argumento a favor do "não" mais forte do que o que apresentaste
(só vejo uma razão para o pessoal preferir o que apresentaste: é o que a Igreja Católica Apostólica Romana apresenta normalmente).
Nele substitui-se a premissa tal como tu implicitamente a formulaste (O ser humano é um ser vivo desde o momento da fecundação) por esta: desde o momento da fecundação há POTENCIALMENTE uma pessoa. Mas este é um argumento a que se podem levantar objecções fáceis! (que eu guardo para quando formulares o argumento);-)
Um abraço do
Ai meu Deus.
Enviar um comentário
<< Home