14.2.08

O Drama de Timor

Os últimos acontecimentos em Timor levaram muito boa gente a questionar a viabilidade da nação timorense como Estado independente.
De tempos a tempos, surge esta discussão.
Sem dúvida, a tentativa de assassinar o Chefe de Estado e o Primeiro-Ministro é grave e põe em causa a existência do próprio Estado.
Mas há muitos mais países por esse mundo com problemas iguais ou piores: Somália, R.D.Congo, Ruanda, Afeganistão, Chade. E, noutros casos, é o excesso de Estado, de desrespeito por sectores importantes do povo, que deveria questionar a falência do Estado, como, por exemplo, no Sudão(Darfur) ,Quénia (pré-guerra civil), Zimbabwé ou até a Coreia do Norte.
A tragédia de Timor começou, no entanto, em 25 de Abril de 1974. E porquê?
Porque em Timor nunca houve contestação à presença Portuguesa, não havia movimentos de (pseudo) libertação. Pelo contrário, na II Guerra Mundial, os timorenses bateram-se com coragem contra o invasor japonês e pela bandeira portuguesa.
A contestação só foi levada do Continente por timorenses que se deslocaram para a sua terra; intoxicados com a descolonização, exportaram a violência entre um povo que não a queria, provocando a guerra civil que levou à invasão indonésia.
Esta é a verdade histórica que constitui tabú; os erros da descolonização exemplar vão ficar na História como uma página bem negra, bem pior do que a colonização.
Este o verdadeiro drama do povo timorense: terem sido obrigados a deixar de ser Portugueses.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

;) neste post, devia ter sido deixado um espaço para eu poder assinar por baixo...

só a insensibilidade provocada por uma revolução entusisamada - entusiasta seria demasiado sério - poderia ter metido no mesmo saco Timor e as restantes colónias. quer quando se considerou a descolonização, quer quando no período pós da mesma.
o espírito era diferente, as gentes também, os interesses, enfim...

como diz e muito bem, o povo timorense gosta de ser português... e se digo gosta é porque também nós, portugueses não-governantes, mantemos esses laços afectivos com os timorenses, sofrendo com o seu sofrimento. nos acontecimentos de há uns anos atrás foi visível a adesão às várias iniciativas, umas simbólicas outras nem tanto, em sinal de solidariedade (eu própria tive o meu lençol branco pendurado da janela para baixo durante quase um mês como outros por lá.

e sim, também não compreendo esta teimosia em não lhe querer reconhecer a capacidade de poder ser um Estado independente, ou melhor, prefiro não "PENSAR" porque das razões já todos
suspeitamos.

:)

dm

14/2/08  

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