13.11.08

A ministra da educação perdeu o tino

Por motivos familiares e profissionais, não me tem sido possível tecer alguns comentários sobre o que se passa na educação. Aliás, foram essas razões que me impediram, infelizmente, de estar presente na manifestação em Lisboa, no passado dia 8 de Novembro. Já nesse dia, a ministra desdobrou-se em entrevistas a rádios e televisões tentando desmentir o óbvio: o profundo e sincero repúdio de uma classe pelo tão propalado sistema de avaliação de professores. E convinha que a opinião pública pensasse um pouco antes de criticar, muitas vezes, sem conhecimento de causa, os protestos dos professores. Convém, então, relembrar, que a classe docente é das mais qualificadas do país, com os seus membros a terem licenciatura, a maioria, e muitos os graus de mestre e doutor. Não é, portanto, uma classe de indigentes e chantagistas como a ministra tentou passar nessas mensagens.
Mas ontem, na Assembleia da República, a D. Lurdes ultrapassou os limites do bom senso e do decoro. Afirmou a dita senhora
"Peço desculpa aos senhores professores por ter provocado tanta desmotivação, mas é do interesse dos pais, alunos e escolas".
Quando é a própria a reconhecer a desmotivação dos professores e, num gesto que tem tanto de de pseudo-humildade como de hipocrisia, estamos conversados. Esta senhora há muito que ultrapassou a decência e o prazo de validade. Faz bem o primeiro-ministro em dar-lhe todo o seu apoio. Vai ver o que lhe acontece nas próximas legislativas.
Não admira, por isso, que seja recebida por alunos em fúria, o mesmo acontecendo ao seu secretário de estado, conforme se pode ler aqui.
Mas tenho para mim que o processo de suspensão da avaliação é irreversível. Um passo importante foi dado em reunião de conselhos executivos do distrito de Coimbra. Confira a notícia neste video.
Ainda a propósito não deixe de ler esta carta de um professor, publicada no jornal Público.


O Pesadelo Burocrático e a Desobediência à Lei
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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parece que a sinistra está também a perder influência junto dos pais.
Há pouco, um dos telejornais evidenciava isso, numa escola de Lisboa onde estiveram "sequestrados" os secretários dela...
Esta senhora faz-me lembrar Margareth Thatcher. Em versão démodé, naturalmente.

13/11/08  

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