Avaliação de professores - a oposição aumenta...
Já aqui se referira que a área disciplinar de Matemática , da Escola Secundária Emídio Navarro-Viseu,-ESEN-decidira, por unanimidade, não aprovar os instrumentos de avaliação, nomeadamente as fichas de avaliação de objectivos individuais.
Foram vários os argumentos invocados para o efeito. Destaco alguns, por me parecerem os mais pertinentes:
"Relativamente ao ponto 3., ( Análise da Ficha de Objectivos individuais) todos os professores desta área disciplinar, abaixo assinados, entenderam e decidiram, por unanimidade, recusar peremptoriamente fazer qualquer análise do(s) documento(s) em questão.
Os professores declararam o seu mais veemente protesto e desacordo perante o novo Modelo de Avaliação de Desempenho introduzido pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008. (...)
Os professores declararam o seu mais veemente protesto e desacordo perante o novo Modelo de Avaliação de Desempenho introduzido pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008. (...)
Os professores abaixo assinados de modo algum rejeitam ser avaliados; antes pelo contrário. Mas exigem, sim, uma avaliação construtiva, não burocrática, que não perca de vista o objectivo principal da Escola – o aluno, o seu direito a aprender e a tornar-se num cidadão melhor. Exigem que o processo de avaliação, em todos os momentos, seja exigente e honesto.
Mas isso nada tem a ver com este modelo, agora proposto, que além de envolver uma burocracia levada ao limite, está completamente desajustado aos fins a que se destina:
- A existência de duas “categorias” de professores criadas, em nosso entender, sem qualquer critério de rigor científico e pedagógico, assim como a existência de quotas, criaram mal estar geral e um precedente de injustiças impossível de ultrapassar.
- A avaliação entre pares, tal como este modelo a determina, não é sustentada por um reconhecimento válido e validado de autoridade e, em vários casos, até de competência dos avaliadores indigitados.
- Há critérios de avaliação de desempenho dos professores, nomeadamente no que respeita ao abandono escolar e aos planos de recuperação/acompanhamento cujo cumprimento/resposta não depende do professor nem, na maior parte dos casos, da Escola – é um problema da Sociedade que se arrasta para a Escola e cuja solução está fora do seu alcance.
- A avaliação e progressão na carreira dos docentes depende da avaliação atribuída aos seus alunos e ao sucesso destes.
- Há direitos protegidos e consagrados constitucional e universalmente, como sejam a maternidade/paternidade, a doença, o nojo, a participação em eventos de reconhecido interesse social e científico/cultural, que são objecto de penalização na avaliação do professor e, consequentemente, na sua progressão ( basta sublinhar a obtenção de pontos em função das classificações de Muito Bom (2 pontos) e Excelente (3 pontos)).
- O número excessivo de exigências que são atribuídos aos professores, assim como a falta de condições/espaços mínimos de trabalho na Escola.
Expostas que estão as principais razões para a tomada de posição acima referida, vêm os signatários propor a suspensão deste processo de avaliação do desempenho e solicitar ao Conselho Pedagógico a suspensão das iniciativas relacionadas com ele.
Os professores da área Disciplinar de Matemática presentes na reunião
Etiquetas: avaliação de professores, educação, Esen
4 Comments:
Filosofia também já recusou, e logo a seguir Inglês fez o mesmo.
saludos
vitor, um desabafo...
não falo sobre avaliação de professores. sempre se considerou algo necessário, proferido e desejado pela boca de alguns, talvez muitos, colegas. o presente modelo é injusto, é a prova de como se legisla neste País sem conhecimento do terreno nas mais variadas áreas... pena é que a mensagem que tenha passado desde o início seja a de que os profs não querem ser avaliados.
actualmente, afecta-me, desgosta-me a atitude adoptada por certos titulares e coordenadores que exercem já o seu poder marcando, repetindo de forma, ainda que indirecta, prepotente que dependem deles pois têm a faca e o queijo na mão. os mesmos, alguns, que durante muito tempo se viram relegados para segundo plano porque tinham apenas um bacharelato ou pouco tempo de serviço. e com os requisitos definidos no processo passaram à frente de licenciados e de (quase)topos de carreira. eu sei, também aqui é a injustiça deste modelo. mas e o bom-senso, a humildade, como podem pessoas assim avaliar e formar jovens?
mesmo que queiramos negá-las, as coisas existem e sabemos que é assim que funciona.
o ambiente nas escolas tende a piorar, é verdade, mas também porque são os nossoa pares a dificultarem-nos a vida.
perdoa-me o desabafo mas há sempre o outro lado das coisas, da primeira linha.
fernanda
dependem - leia-se dependemos
leia-se
e que, com os requisitos definidos no processo,
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