29.10.08

Avaliação de professores

Muitas vezes aparecem na caixa de comentários bons textos que passam despercebidos aos leitores do blogue. É o caso deste que tomo a liberdade de publicar. O comentário pertence a um dos colaboradores deste espaço, Almàjanela no caso em questão.
Vais-me desculpar, Fernanda, nem sequer te pedi autorização para o fazer, mas considero o teu desabafo pertinente e actual.
"Não falo sobre avaliação de professores. sempre se considerou algo necessário, proferido e desejado pela boca de alguns, talvez muitos, colegas. o presente modelo é injusto, é a prova de como se legisla neste País sem conhecimento do terreno nas mais variadas áreas... pena é que a mensagem que tenha passado desde o início seja a de que os profs não querem ser avaliados. actualmente, afecta-me, desgosta-me a atitude adoptada por certos titulares e coordenadores que exercem já o seu poder marcando, repetindo de forma prepotente, ainda que indirecta, que depende deles pois têm a faca e o queijo na mão. os mesmos, alguns, que durante muito tempo se viram relegados para segundo plano porque tinham apenas um bacharelato ou pouco tempo de serviço. e com os requisitos definidos no processo passaram à frente de licenciados e de (quase)topos de carreira. eu sei, também aqui é a injustiça deste modelo. mas e o bom-senso, a humildade, como podem pessoas assim avaliar e formar jovens?mesmo que queiramos negá-las, as coisas existem e sabemos que é assim que funcionam. o ambiente nas escolas tende a piorar, é verdade, mas também porque são os nossos pares a dificultarem-nos a vida. perdoa-me o desabafo mas há sempre o outro lado das coisas, da primeira linha."

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lindo. De chegar às lágrimas.
Só gostaria de um esclarecimento. Quem sãos os pares que dificultam?
Aqueles que tudo fizeram e se bateram por chegar a titulares, sabendo que esse cargo tinha como principal função serem avaliadores, neste modelo que já era conhecido,ou aqueles que neste momento lutam por serem avaliados de acordo com parâmetros justos e que ainda têm que aturar com o servilismo daqueles que estão onde querem estar a fazer aquilo a que se propuseram: aplicarem este modelo de avaliação?
Maria

29/10/08  
Blogger almàjanela said...

vitor

por esta não esperava eu... agradeço-te a preferência mas é algo que nunca me passaria pela cabeça que acontecesse...

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anónimo

não tive qualquer intenção "queixinhas" mas às vezes sinto que não se deve tocar no lado de cá, dos queixosos, quando o normal é criticar a Ministra.

os pares somos todos pois sempre ouvi dizer e sempre assim o considerei, que esta profissão é das poucas que, independentemente dos cargos que ocupemos, a nossa função é, em tudo similar. bacharel ou licenciado ou técnico profissional, quando toca a ensinar somos todos iguais no fazer, naquilo que de nós se espera. e quando os mandatos terminam, continuamos a fazer o mesmo, o que nos compete, no que respeita à função principal.

somos, por isso, pares uns dos outros. e tanto mais que a pessoa, coordenadora, que me irá avaliar foi comigo representante da disciplina de Francês e eu da de Português durante 2 anos. porque entretanto todos fugiam dos cargos... respeito-a como a respeitei sempre, é uma excelente professora, profissional e empenhada. e no primeiro dos anos em que fui representante, fui igualmente e pelo terceiro ano consecutivo, orientadora de estágio de Português pela UL e no ano a seguir, acumulei a "representância" :) com o cargo de Directora do Curso Profissional de Turismo. e não estou a desfiar os cargos que desempenhei, uns melhor do que que outros mas pelos quais tive de responder... pretendo apenas dizer que sempre fui par de todos os outros, os que são titulares e eu não, os que me vão avaliar quando quiser prosseguir na carreira. e também não me afecta nem sequer ter podido concorrer a titular, n tinha o tempo de serviço necessário... mas outros há que ficaram verdadeiramente afectados por terem o tal tempo mas não o desempenho porque sempre se negaram a burocracias... as conclusões a quem ler estas palavras.

obrigada, Fernanda

ah! sim, e desculpe, as vozes mais gritantes de greve e luta são de quem goza cada segundo com a ideia de que pode, quer e manda. ao ponto de se apresentarem aos colegas novos como "sua coordenadora e avaliadora" e é "só para que saiba". sempre tratei as minhas meninas como iguais... elas tinham uma nova escola, eu uns anos acrescidos de experiência. sempre aprendemos umas com as outras... e foram os anos melhores da minha vida, acredito, pelo dinamismo despretensioso.

beijinho

29/10/08  

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